O diretor da Volta a Portugal diz-se «indignado» com o destaque que os jornais desportivos dão a «azeiteiros» tendo o futebol por referência. Num dia em que o ciclismo aproveitou o fim da Volta para fazer um protesto, Joaquim Gomes pretende alertar para a falta de atenção com as várias modalidades.

«Fico zangado, indignado quando vejo as primeiras páginas dos jornais desportivos recheadas de azeiteiros que é como quem diz broncos, e não darem sequer chamadas de atenção à Volta. É grave para um líder da Volta a Portugal olhar para um jornal e ver jogadores desconhecidos nas capas dos jornais«, disse o diretor da prova.

Na conferência de imprensa que se seguiu à cerimónia de fecho da Volta a Portugal 2015, em Lisboa, Joaquim Gomes frisou fazia um alerta em nome de todas as modalidades: «É altura de os [jornais] desportivos olharem para as outras modalidades com respeito.»

«Se não fosse a Volta não haveria Rui Costa nem Tiago Machado. O público português não é tão estupido que queira levar com as polémicas do Jorge Jesus todos os dias», defendeu em tom irritado, segundo a Lusa, considerando Gomes «inadmissível o que se está a passar».

«Não sei se agora vão impor represálias à Volta do próximo ano, mas isto não se admite», referiu o diretor da Volta a Portugal, cuja organização já tinha decidido neste domingo, em conjunto com o pelotão, não abrir o tradicional champanhe para celebração do vencedor, o espanhol Gustavo Veloso, em protesto contra a comunicação social.