Fabián Roncero, o espanhol cujo máximo europeu da meia maratona foi batido no passado domingo por Mo Farah, considerou que o britânico «bateu em Lisboa o recorde da Somália», país de nascimento do campeão olímpico dos 5.000 e 10.000 metros.

«Para mim, um atleta que nasce no Quénia é queniano toda a vida e um que nasce na Somália é somali para sempre», disse Roncero, que estabeleceu a melhor marca europeia em 2001, com o tempo de 59.52 minutos, à agência noticiosa espanhola Efe.

No passado domingo, Farah, campeão olímpico e mundial dos 5.000 e 10.000 metros, venceu a 25.ª edição da meia maratona de Lisboa, batendo em 20 segundos a marca de Roncero, ao percorrer os 21,0975 quilómetros da prova em 59.32 minutos.

«Todos os atletas me dizem o mesmo. Não se sentem representados por estes atletas que vêm de África. Se a minha marca é recorde continental ou não, que o digam as leis sobre as nacionalizações», observou Roncero.
Roncero, de 44 anos, disse que continua a sentir-se o atleta «mais rápido na meia maratona nascido na Europa», já que Farah, apesar de se ter mudado para Inglaterra aos oito anos, nasceu em Mogadíscio, capital da Somália.