Os judocas do Benfica têm vivido em comunidade nos arredores de Lisboa.

O grupo, que é metade da equipa olímpica portuguesa, partilha treinos, idas às compras para o dia a dia de modo a enfrentar à crise da Covid-19.

Telma Monteiro, Bárbara Timo, Rochele Nunes, Rodrigo Lipes e Anri Egutidze estão juntos numa espécie de estágio, ideia lançada pelo treinador Jorge Gonçalves e aceite por todos os elementos.

«Somos cinco isolados e tentamos proteger-nos o máximo possível», explicou, à Lusa, Anri Egutidze, um dos dois judocas masculinos em lugar elegível para os Jogos Olímpicos de Tóquio. O outro é Jorge Fonseca do Sporting.

« [A ideia] foi do treinador, que achou que era o melhor e todos concordámos, achámos boa a ideia», acrescentou Egutidze, que argumentou que o objetivo é «é manter a forma o máximo possível».

Egutidze considerou que o adiamento dos JO para 2021 foi a melhor solução «porque maioria das atletas não iam conseguir treinar o suficiente para uns Jogos Olímpicos», devido ao momento que se vive no mundo.

Neste grupo de judocas benfiquistas todos fazem o que podem para manter a atividade física, num ambiente de treino diário que obriga também a fazer compras, cozinhar e controlar o peso.

«Também temos uma balança, um judoca sem uma balança não sobrevive», comentou o atleta, que no tatami tem que se situar abaixo dos -81 kg, a sua categoria, a que o fez subir ao pódio em Grande Prémios e Grand Slams.

«Todos estamos a cozinhar, temos mais ou menos um plano e seguimos», explicou ainda Egutidze. Outro pormenor importante são as compras, que são feitas por todos, nunca juntos, e o «máximo protegidos possível».

«Queria que as pessoas ficassem em casa, que evitássemos andar na rua e respeitássemos todas as regras, para conseguirmos sair desta situação o mais rápido possível», concluiu o judoca, numa recomendação à população.