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-Siiiiii…a Bola de Ouro é dele outra vez



12 de janeiro. Como é habitual, o ano arrancou com a distinção dos que mais se destacaram no ano anterior e Cristiano Ronaldo levou para casa a terceira Bola de Ouro da carreira e a segunda consecutiva.

Se, ao ganhar a segunda, a emoção marcou o discurso do capitão da seleção nacional, desta feita foi um Ronaldo diferente que se apresentou em palco. Mais seguro porque, provavelmente, mais confiante na vitória. A tal ponto que não teve problemas em gritar em palco, no momento que marcou a cerimónia: «SIIIIIIIIIIIM». Uma réplica do grito de guerra no balneário.

Foi o ponto de partida para mais um ano de alto nível, agora com três décadas de vida. Faltaram os títulos, mas sobraram os recordes. A 30 de setembro, no jogo com o Malmoe para a Liga dos Campeões, bisou e tornou-se o melhor marcador de sempre do Real Madrid, máxima que vai alargando a cada remate certeiro. Foi no mesmo jogo em que chegou ao golo 500 da carreira e que contribuiu para se tornar o melhor marcador de sempre de uma fase de grupos da Liga dos Campeões. Prova em que também é o goleador mor…


-Mourinho: um campeão para o olho da rua


3 de maio e 17 de dezembro. O céu e o inferno para o «Happy One». Em maio a festa, em dezembro o despedimento.

Primeiro as boas notícias, então. Cinco anos depois, o Chelsea voltou a ser campeão de Inglaterra e conseguiu-o após trazer de volta José Mourinho, que garantia, agora, ser mais feliz do que especial. Venceu o Crystal Palace com golo de Hazard na tarde que deu ao técnico português o terceiro título à frente dos «Blues». Que, sublinhe-se, têm cinco em toda a história.

Mas o verão, sem que se perceba muito bem porquê, mudou tudo. Veio a polémica com a massagista Eva Carneiro e, pior, as derrotas. Muitas. Em número anormal. A ponto de o título de maio parecer uma miragem e de a luta do Chelsea ser no fundo da tabela. Nem Mourinho resistiu a isso e, a menos de dez dias do Natal, Abramovich fez cessar o contrato. Do campeão restavam as imagens.

-Sevilha é sinónimo de Liga Europa



28 de maio. E vão quatro. O Sevilha tornou-se na equipa que mais vezes conquistou a Liga Europa, depois de bater o surpreendente Dnipro na final de Varsóvia. Se, em 2014, frente ao Benfica, não chegou ao jogo com estatuto de favorito mas levou para casa o troféu, este ano era na equipa andaluz que estavam depositadas as maiorias das fichas. E não desiludiram, apesar do duelo difícil, ganho por 3-2, depois de os ucranianos até terem sido os primeiros a marcar e terem, depois, empatado o jogo a duas bolas.

Carlos Bacca, mais tarde transferido para o AC Milan, foi a grande figura da final ao marcar dois golos que ajudaram, e muito, a garantir o quarto troféu da Liga Europa (na prática o segundo, pois nos dois primeiros a prova ainda se chamava Taça UEFA). Assim, o Sevilha deixa para trás Juventus, Inter de Milão e Liverpool e torna-se a equipa mais da segunda competição da UEFA.

O êxito do Sevilha foi, também, o êxito dos portugueses Daniel Carriço, Beto e Diogo Figueiras, embora só o primeiro tenha jogado a final.

-Blatter: o fim de uma era em três atos



2 de junho. O ano foi duríssimo para a FIFA, alvo de uma investigação por suspeitas de corrupção que varreu os corredores do organismo. Quando a bomba estourou, em plena campanha para as eleições, Blatter não resistiu a manter-se agarrado ao poder. A tal ponto que foi reeleito para, quatro dias mais tarde, apresentar a demissão.

Acabava uma era de 17 anos com o suíço aos comandos do órgão que tutela o futebol mundial. «Embora tenha um mandato dos membros da FIFA, não sinto que tenha um mandato de todo o mundo do futebol - os fãs, os jogadores, os clubes, as pessoas que vivem, respiram e adoram o futebol tanto quanto todos na FIFA», justificou.

A investigação prosseguiu, desvendou outros podres e levou também Michel Platini, presidente da UEFA. Blatter, esse, ainda viveu a humilhação de ficar debaixo de uma chuva de notas, que resultou em fotografias que ficarão para a eternidade. Perto do final do ano, o Comité de Justiça da FIFA suspendeu Blatter e Platini por oito anos.

-Barcelona penta campeão Europeu



6 de junho. Já tinham deixado pelo caminho os campeões de Inglaterra, França e Alemanha. Faltava o campeão italiano, Juventus, que ficou para a final. Até por isso, é difícil questionar a justiça da conquista da Liga dos Campeões pelo Barcelona. A quinta do seu historial e a quarta no século XXI. A somar a isso, a equipa catalã tornou-se a primeira formação a repetir um triplete (campeonato, Taça e Liga dos Campeões na mesma época), depois do feito de 2009, quando ainda eram treinados por Pep Guardiola.

A final de Berlim foi equilibrada até ao golo de Suárez, ao minuto 68, que desfez o 1-1 que Rakitic, logo aos 4 minutos, e Morata, aos 55, construíram. Praticamente na última jogada do encontro, Neymar fez o 3-1 final, resultado pesado para a réplica italiana. Mas justo, claro.

Em cima do final do ano, o Barcelona ainda juntou o Mundial de Clubes à lista de troféus ganhos em 2015.

-Chile, Chile, Chile!



4 de julho. O Chile organizava, pela primeira vez, a Copa América e, com uma geração de talentosos jogadores, assumiu-se como candidato ao troféu. Dito e feito. Numa final que não fez jus ao que de bom se vira até então no torneio e terminou com um sempre desolador nulo, festejaram os chilenos contra os argentinos nos penáltis.

Foi a segunda final em dois anos perdida por Lionel Messi e companhia. O astro argentino nem sequer quis receber, no final, o prémio de melhor jogador da competição.

Indiferente, o Chile festejou mal o penálti de Alexis Sanchez tocou nas redes. O jogo não tivera a emoção do empate com o México (3-3) na fase de grupos, nem a polémica do duelo com o Uruguai, famoso pelo «dedo maroto» de Jara em Cavani. Mas foi o jogo que deu o título continental que o Chile nunca antes tivera no seu museu.

-Lewandow5ki, para o Guiness



22 de setembro. Este é daqueles momentos que, provalvemente, nunca serão repetidos. Não por falta de talento, mas porque a sorte, é preciso dizer, também desempenha o seu papel nesta história.

O Wolfsburgo vencia em casa do Bayern Munique ao intervalo por 1-0, mas Pep Guardiola tirou do banco o polaco Lewandowski para um jogo direitinho para os livros de história do futebol.

Em nove minutos fez cinco golos! Nunca ninguém fizera algo parecido e a marca foi, inclusive, registada no Livro do Guiness.

Naquele período de tempo, deu nove toques na bola, fez seis remates e marcou cinco golos. Sim, uma tentativa saiu errada. Imaginem…

-Holanda: a desilusão maior do ano


13 de outubro. Os sintomas estavam lá, a sentença final começou a ser óbvia cedo de mais e tudo se capitalizou o jogo com a República Checa, onde tudo correu mal.

Convém sublinhar que, nessa última jornada do grupo, com checos e Islandeses já apurados, a Holanda lutava com a Turquia pelo terceiro lugar que dava, no mínimo, o playoff. Os holandeses precisavam de vencer e esperar por um tropeção turco, mas nem uma coisa nem outra. A Turquia venceu e a Holanda…perdeu.

A última humilhação, com um caricato autogolo de Van Persie pelo meio, de uma campanha para esquecer. Desde o Mundial 2002 que os holandeses não falhavam uma grande competição de seleções.

-Foi um prazer, Raúl


15 de novembro. É verdade que a carreira «a sério» terminara com o final da ligação ao Schalke 04, o único clube europeu que representou além do Real Madrid. Mas 2015 foi o ano em que, verdadeiramente, Raúl González, lenda do Real Madrid e do futebol europeu, pendurou as chuteiras.

Aos 38 anos, o avançado alinhava na Major League Soccer, no New York Cosmos, depois de dois anos a jogar no Qatar. Foi o clube norte-americano a revelar a decisão de encerrar a carreira no final da época.

Para trás ficaram 18 temporadas de alto nível no futebol europeu. E golos, muitos golos, sobretudo com a camisola branca do Real Madrid. Sobre ele, disse, um dia, Jorge Valdano: «Se se chamasse Raulinhou ou Raulinho Carioca tinha sido eleito o melhor jogador do mundo.»

-O terror pela porta do futebol



13 de novembro. Usado como mero subterfúgio, o futebol foi um dos centros dos atentados de Paris, que marcaram e mancharam o ano na Europa.

Em Saint-Dennis, França e Alemanha disputavam um encontro amigável enquanto, do lado de fora, bombas explodiam, tiros roubavam vidas a inocentes ou semeavam o pânico nas ruas da cidade luz.

O futebol, a festa do povo, não tem espaço para tamanho ódio. Houve sequelas, com jogos adiados por precaução. Clubes de todo o mundo uniram-se pela causa sucederam-se as homenagens e recordações. Nenhuma tão marcante como, dias mais tarde, a «Marselhesa» entoada no Estádio do Wembley.

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