O Euro 2016 teve um início preocupante no que respeita à violência entre adeptos nas ruas de algumas cidade e aos confrontos que se seguiram com as autoridades. Mas muito mais se passou e foi o futebol que tem dominado, agora em exclusivo, as imagens do que se vê em França. Desde os que já disseram adeus e deixaram saudades, aos que explicam porque continuam a lutar pelo título europeu.

Confrontos a marcarem o arranque

O Euro 2016 começou com muita violência nas ruas das cidades francesas que acolheram os jogos. Os confrontos entre adeptos russos e ingleses ficaram como uma imagem do início este Europeu que se foi dividindo – neste plano da segurança – entre a resposta das autoridades francesas – especialmente na cidade de Marselha e também de Lille – e as ameaças da UEFA em excluir Rússia e Inglaterra do torneio.

Ucrânia, única sem golos marcados na fraqueza do leste

O remate de Kovalenko parece que vai entrar, mas é pura ilusão. A realidade é que nem este nem qualquer outro remate de um jogador ucraniano entrou numa baliza adversária neste Euro 2016. A seleção comandada por Mykhaylo FDomenko – que já deixou o cargo vago – foi eliminada na fase de grupos – como várias outras, é certo – mas saiu pela porta mais pequena, não só com três derrotas e cinco golos sofridos, mas sem qualquer golo conseguido: a única não fazer um golo na prova. Rússia e República Checa também não se podem rir muito mais num desempenho das seleções do leste europeu que deixou bastante a desejar...

O virar de uma página para Espanha

Desde 2008 até ao presente, a seleção espanhola venceu dois Campeonatos da Europa e um Campeonato do Mundo fazendo coincidir os títulos com uma geração ímpar de futebolistas. Em 2014, o título mundial já tinha passado de mãos para a Alemanha, Agora em França, foi a vez de os espanhóis se despedirem do título europeu, que tinham ganho nos últimos dois torneios. A bicampeã europeia ficou a saber que deixará de sê-lo logo aos oitavos de final destinados depois do primeiro sinal dado pela Croácia. A página que a Espanha foi inevitavelmente obrigada a virar e que Vicente Del Bosque também já fechou é visível em Piqué, Juanfran ou David Silva. Ou Busquets ou Fàbregas. Mas está, sobretudo, escancarada no conforto entre o «merengue» Sergio Ramos e o «culé» Iniesta revelador de que algo acabou e algo novo vai ter de começar.

Islândia: o calor que veio do frio até derreteu a Inglaterra

Os islandeses deram uma cor que ninguém esperava – se calhar nem mesmo eles – a este Campeonato da Europa. Foi a estreia numa prova desta importância, foi a primeira vitória (frente a Áustria), foi a passagem à fase a eliminar (à frente de Portugal, pasme-se, e que jeito que isso deu...) Como já se viu, o milagre islandês ainda durou mais uma eliminatória, com a Inglaterra a pagar uma fatura que todos, com exceção dos ingleses, terão gostado de ver cobrada pelo espetáculo que esta seleção levou para os estádios, com os seus adeptos únicos e o já carismático «Huh!».

O golo do Euro

Valeu um empate, que levou a um prolongamento. Não sobreviveu ao desempate por penáltis em que os polacos foram mais fortes do que os suíços. Mas ficará como o golo mais espetacular deste Euro 2016. O momento vale por si, por toda a beleza que o lance teve e com a sua realização em golo. Belo, apesar de efémero, como a participação de Shaqiri ao longo do torneio.

Meio apuramento garantido

Estava 4-3. Todos os penáltis do desempate tinham sido convertidos. Portugal estava na frente porque tinha sido o primeiro a marcar. A Polónia podia empatar de novo. Rui Patrício decidiu ser decisivo – passe a redundância. Mas é o que se vê neste olhar. Mão em riste, determinação em deter a bola. Penálti defendido. E o resto ficava para Quaresma, que fez o que se sabe.

A alma galesa

O País de Gales não surpreendeu menos do que a Islândia em termos de resultados – verdade seja dita. Mas o enquadramento é diferente. A seleção britânica esteve também em estreia num Europeu, mas o futebol não lhe é tão estranho, por motivos óbvios: seja por razões históricas, seja pela qualidade de jogadores que tem de nível mundial, como é atualmente o caso de Gareth Bale. Mas, à parte isto, a alma galesa presente em França andou lado a lado com o futebol praticado. Que o diga a Bélgica, dominada depois de ter tido um de vantagem.

Teimosia em não sofrer golos

A Alemanha tem apenas um golo sofrido em cinco jogos já realizados neste Euro 2016. E sofreu-o apenas no último deles, no empate que foi conseguido pela Itália depois de Boateng ter oferecido um penálti. Foi este mesmo Boateng que embirrou que não seria golo da Ucrânia fazendo um corte seguido de alívio num dos lances defensivos mais espetaculares do torneio quando a bola já tinha passado Neuer e ia para a baliza. Dentro da baliza só ficou o alemão, a bola foi disparada para longe, como aqui se começa a ver.

Prémio «Se era para isto...»

Entrou em jogo já decorria o tempo de compensação do prolongamento. Já se pensava no desempate por penáltis e Antonio Conte fez uma substituição unicamente – crê-se, claro – a pensar nos que melhor podia cumprir da marca de 11 metros. Zaza é reconhecido com um especialista a marcar penáltis. Foi chamado para o desempate. Falhou com um remate escandaloso de mal marcado, mau de mais para ser verdade. Terá também pensado Conte, claro.

O melhor marcador assume-se

A França começou por ter Payet como principal figura nos primeiros jogos marcando o golo do triunfo sobre a Roménia e o da confirmação do triunfo sobre a Albânia – além do futebol que distribuiu pela seleção francesa. Mas Griezmann também foi ganhando o seu espaço na equipa e não só foi ele a desbloquear o jogo com os albaneses já no último minuto, como virou o jogo com a Irlanda fazendo um «bis» (esta é a imagem do primeiro golo) que deu aos gauleses os quartos de final depois de terem começado a perder. É de golos que se fala agora e Griezmann tem sido decisivo para esta França. Com o quarto golo da conta pessoa à Islândia, já é o melhor marcador isolado do Euro 2016, com quatro golos.

Uma cabeçada... e um pé na final…

A restante legenda pode lê-la nesta MF Total e no Maisfutebol