Nasceu em Marco de Canaveses há 49 anos. Foi um futebolista de qualidade razoável, médio centro «estratega». Na transição para o futebol sénior deu prioridade ao curso superior. Jogou nos campeonatos distritais da AF Porto e iniciou a carreira de técnico no futebol de formação.

Na temporada 1999/2000 acudiu ao apelo de um amigo e foi treinar o Régua. Teve no histórico emblema do Douro a primeira experiência como treinador principal nos seniores. E nunca mais parou, apesar de ter sido obrigado a adiar alguns sonhos devido a problemas familiares.

Depois de uma passagem pela Turquia, onde foi adjunto de José Couceiro no Gaziantepspor, concluiu o doutoramento em Psicologia e, por coincidência, abraçou por completo o sucesso desportivo.

Conduziu o Penafiel à I Liga e chegou ao Moreirense. Perto de cumprir 50 anos (22 de abril), Miguel Leal é um profissional com objetivos bem definidos na cabeça. E por isso quer chegar à Inglaterra ou à Alemanha nos próximos anos, como confessa na entrevista ao Maisfutebol.

Qual é a sua ambição máxima enquanto treinador?
«Chegar à Premier League ou à Bundesliga. É um objetivo. Aliás, num curso que fiz há vários anos dei precisamente essa resposta a uma questão semelhante. Disseram que eu estava maluco. Enfim, é um sonho que já esteve mais longe. Vou fazer tudo para chegar lá. Se consigo ou não…»

A partir de que momento o futebol entra a sério na sua vida?
«Comecei a jogar futebol aos 12 anos. Nunca fui um jogador de eleição. Andei sempre pelos clubes da minha região. Joguei no Vila Meã e no Marco».

Em que posição jogava?
«Médio centro. Já era estratega nessa altura (risos). Quando cheguei aos seniores integrei o plantel do FC Marco, na III Divisão, mas é nessa altura que aposto também nos estudos. Pareceu-me mais seguro. Depois passei só a jogar em clubes do distrital da AF Porto».

E quando assume o desejo de ser treinador?
«Com 34 anos treinei o Régua. Foi a primeira experiência no futebol sénior. Estava lá um amigo meu e fui desafiado a fazer os últimos três meses da temporada. Foi uma grande experiência, adoro desafios difíceis. Acabei depois por voltar aos juniores do Penafiel, passei a adjunto do Leixões e assumi o cargo de treinador principal do FC Marco na época 2002/03».

É um treinador que gosta de falar à comunicação social? Sente-se à vontade nesses contatos ?
«Acho que é uma parte importante no papel de treinador, mas eu sou uma pessoa reservada. Preferia falar menos vezes. Quando falo tento sempre ser simpático e acessível. Compreendo que quem nos escuta está à espera de boas informações».

Vive 24 horas por dia para o futebol ou aproveita os tempos livres para outros prazeres?
«Inconscientemente, o futebol está sempre presente. Tento desligar-me, adoro ler, pratico várias modalidades desportivas. Não sou particularmente bom em nenhuma modalidade, mas gosto de quase todas (risos). Canoagem, ciclismo, atletismo…»

Tem saudades de dar aulas no ensino secundário?
«Não, sinceramente não. Leciono Psicologia no curso de Desporto num estabelecimento de ensino superior em Penafiel, uma ou duas horas por semana. E chega».

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