Augusto Inácio, treinador do Moreirense, em declarações na sala de imprensa, após o triunfo sobre o Paços de Ferreira por 0-2:

«Vejo um Moreirense à medida das dificuldades de um clube pequeno como o nosso. Temos de nos adaptar às contingências do dia a dia. Em termos de entrega, garra, organização e determinação está mais perto do que pretendo, é verdade. Mas falta muita coisa. Quem tem esta atitude e não aproveita os espaços que o Paços deu depois do primeiro golo, tem de trabalhar mais. Sabíamos que após um golo iríamos ter espaços e só uma vez aproveitamos isso. Depois de marcar, teríamos de fazer diagonais de passes e não levar a bola porque isso facilitava a reorganização defensiva do Paços. Só fizemos isso uma vez. Não está dentro do que quero, mas há jogos que se ganham com esta determinação e querer. Nesse aspeto estou contente.»

«O Paços joga bem, tem jogadores que podem desequilibrar. Na minha opinião, o Ivo Rodrigues revolucionou o ataque do Paços na segunda parte. Fui mexendo as pedras dentro do que o jogo estava a pedir. Não porque quisesse, mas porque tive de me adaptar ao risco que o Paços estava a correr.»

[Sobe as opções por Nildo e Roberto no onze:] «Às vezes os treinadores, falam, falam e não dizem por que foi a ideia. Acho que é importante explicar e falar de futebol até para vocês [jornalistas] compararem com o que escrevem. Não tinha um médio criativo, porque o Chico Geraldes estava castigado não havia outro. Pensei que o Paços tinha um bom meio campo, tínhamos de tapar ali. O Nildo remata bem de longe e é dos jogadores que podiam entrar o que fica mais perto do ponta de lança. O Boateng é um jogador que precisa de espaços. O Geraldes mete nos espaços e ele aparece. O Nildo não faz isso, por isso é preciso um avançado que segure a bola. Quem segura melhor, o Boateng ou o Roberto? Por isso a aposta no Roberto. Felizmente foi assim que surgiu o primeiro golo. Um passe do Nildo e finalização do Roberto. Sabe bem quando bate certo. Por vezes não bate. Claro que fiquei contente.»

«Acho que um momento chave foi a grande penalidade. Se o Paços marca o penalti íamos sofrer muito mais. Acho que podia estar ai a chave da recuperação no marcador. Tivemos uma pontinha de felicidade, mas é justa porque trabalhamos muito.»