Moretto viu-se envolvido num episódio, no mínimo, caricato. No aeroporto de São Paulo surgiu Vítor Dinis, que diz ser o seu pai para o futebol. A confusão com o presidente do Benfica Luís Filipe Vieira começou aí, com a troca de palavras e um empurrão, e prolongou-se no aeroporto da Portela.
O guardião explica que Dinis foi alguém que efectivamente o ajudou, mas não da forma que diz. Moretto falou até em valores, revelando que deve «uns 700 euros» a esse senhor, mas que terá sabido no avião que deve «uns oito mil», rejeitando a ideia de que há um ano estivesse a passar necessidades: «Até ontem era meu amigo, porque foi ele que me levou para as camadas jovens da Portuguesa. Sempre tivemos um bom relacionamento. Temos um ditado no Brasil: quando nasce a criança ninguém é o pai, mas quando cresce e começa a aparecer todos querem ser o pai.»
O reforço encarnado deixa a ideia de que Vítor Dinis terá querido aproveitar-se de uma possível transferência: «Não tenho qualquer contrato com ele. Ele disse-me apenas que, independentemente do clube para que fosse, queria dez por cento do meu salário. A confusão começou aí. Pressionou-me toda a semana. Tive de desligar os telemóveis. Ele queria mudar a minha passagem para o Porto. Até no check-in me informaram que tinha uma reserva em meu nome para o Porto. Fico triste pela forma como as coisas aconteceram. Uma pessoa que diz ser minha amiga e que é o meu paizão do futebol ou lá o que ele fala e fez o que fez em frente à minha esposa e à minha filha... não considero meu amigo.»