José Mourinho deu uma entrevista ao site oficial do Real Madrid em que deixou recados para dentro do clube, além de pedir tempo para Modric.

O técnico abordou o clássico com o Barcelona, para dizer que a equipa saiu «reforçada» do Cam Nou, onde empatou a dois golos. «Neste momento de reconstrução mental da equipa, mais do que a diferença pontual o importante era como jogar. Fiquei contente com o jogo», afirmou.

Quanto ao início da época, disse que «tem significado» ter ganho a Supertaça, por ser frente ao Barcelona, lembra que os «merengues» estão em boa posição na Liga dos Campeões e admite que não gostou do arranque na Liga, mas diz que a equipa «está a crescer». «Esta equipa demonstrou que quando está bem psicologicamente é muito forte. Agora temos que ter continuidade.»

De caminho, recusa-se a definir uma competição como prioritária: «Recuso-me como treinador a dizer «Esta competição é mais importante que a outra». Não aceito que a minha equipa esteja a lutar pela Champions e 15 pontos fora da Liga. Não aceito oferecer a Taça do Rei para três dias depois podermos estar mais concentrados noutro jogo da Liga. A Supertaça está guardada, e temos três competições por que lutar.»

Mourinho abordou depois a reviravolta frente ao Manchester City, na estreia na Champions, para dizer que só foi possível «porque a equipa quis e o Bernabéu foi justo». E a partir daí falou da frase que deixou no final: «Ser cavalheiro é morrer em campo.»

«Continuo com a humildade de que eu na história no Madrid não sou nada, ou sou pouco. Sou o vencedor da Liga 32, de uma Taça que não se ganhava há muito, de uma Supertaça. Mas sinto o clube tão profundamente que me arrisquei a dizer que há alguns conceitos de «senhorio» equivocado, por culpa de algumas pessoas, muitas que já não estão no Madrid, mas que venderam um conceito de senhorio equivocado. Para mim um dos conceitos é que um jogador do Madrid tem que morrer, entre aspas, em campo.»

Mais à frente, o treinador deixou mais um recado: «Este é o melhor clube do mundo em muitas coisas. Pela história é, com vantagem. Acho que o madridismo em geral gosta de mim. Algunas pessoas não, é normal. Mas parece-me que há madridistas disfarçados, pessoas que se intitulam de madridistas mas que de madridistas têm pouco.»

Quanto à equipa, o treinador diz que gosta muito do plantel e fala dos reforços. «O que espero, mas sei que não vou ter êxito, é que as pessoas estejam tranquilos, sobretudo com Modric, que é um rapaz tranquilo. Deixem-no crescer dentro da equipa. Queriam que jogasse com o Barcelona. E o crescimento táctico? E saber relacionar-se tacticamente? E que fazer quando o Benzema fosse pressionar um dos centrais? Há um monte de coisas que se tem de fazer como equipa, que é saber jogar com a equipa», questionou.

«É um jogador fantástico, penso que o Bernabéu já percebeu isso, mas precisa de tranquilidade», prosseguiu, dizendo que o caso de Essien é diferente: «O Michael é diferente, foi meu jogador três anos, sabe tudo de mim como treinador, a posição é mais fácil para ele entrar na equipa.»