O rescaldo do Inter-Chelsea serviu para José Mourinho continuar o braço-de-ferro que mantém com as autoridades do futebol italiano. A propósito de um penalty não assinalado contra o Milan, também na quarta-feira, no jogo com a Fiorentina, o técnico português respondeu indirectamente ao administrador executivo do Milan, Adriano Galliani, que referia a necessidade de diminuir o ruído ( bassiamo il tono) em torno da credibilidade do calcio. Mourinho pegou na frase, lembrou o calciopoli, admitindo, de passagem, que terá havido um penalty por assinalar contra a sua equipa no jogo com o Chelsea:
«Não vi o que aconteceu em Florença. Mas, pelo que me contaram, foi o mesmo que já tinha acontecido em Bari. No meu deficiente italiano aprendi recentemente uma expressão nova: é preciso baixar o tom. Baixemos o tom, então. Foi assim que vocês, italianos, construíram uma história que a mim, como profissional de futebol, me causou uma vergonha terrível. Nessa altura trabalhava em Portugal, e custava-me dar de comer à minha família com dinheiro do futebol. Mas baixemos o tom, e não falemos de nada. Digo só mais uma coisa: cheguei a Itália honesto e sairei daqui honesto. E hoje, se calhar, ficou um penalty por marcar contra nós.»