As declarações de Kaká, sobre o rendimento de Benzema no Real Madrid foram tema de discussão na conferência de imprensa de José Mourinho, para antever o jogo deste domingo, com o Maiorca. O técnico do Real saiu em defesa do brasileiro, retirando qualquer carga negativa à sua intervenção: «são sempre palavras bem intencionadas, Kaká não tem mau feeling com ninguém: é demasiado puro para isso», começou por referir.

Mourinho sobre Cristiano: «Não pode fazer mais do que já faz»

Mourinho foi mais longe, subscrevendo por inteiro a frase do brasileiro: «Kaká disse o que todos pensamos, incluindo o próprio Karim: tem de dar um pouco mais à equipa. É um rapaz fantástico e a sua qualidade leva-nos a esperar mais dele. Trabalhou sempre bem, esforçou-se muito e fez assistências, mas o certo é que tem menos golos no campeonato que Sérgio Ramos e Ricardo Carvalho. Se fosse um mau jogador não estaríamos aqui a falar disto. Queremos o melhor, para ele e para a equipa», concluiu.

Ponta-de-lança: «Só peço o que me quiserem dar»

Mourinho voltou a frisar a necessidade de a equipa se reforçar com um ponta-de-lança, mas lançando água na fervura em relação à divergência de opiniões com os dirigentes, e particularmente com Jorge Valdano, embora nunca o tenha referido directamente: «Nunca gostei muito do mercado de Inverno, mas às vezes é preciso compensar algum problema. No Inter, há um ano, fomos buscar Pandev, e isso permitiu-nos um sistema que nos levou a ganhar a Champions. Há treinadores que pedem 60 milhões para comprar um jogador. Eu, com todos os meus defeitos, estou agradecido e percebo o esforço que o clube tem feito. Só pedi um ponta-de-lança, o que me quiserem dar, mesmo que venha por empréstimo, ou a custo zero», concluiu.

Ainda a respeito do eventual braço-de-ferro com os dirigentes merengues, Mourinho voltou a sublinhar, tal como tinha feito após o jogo com o At. Madrid, que tem intenção de cumprir o contrato: «O treinador deve ter competências e poder, mas não quero mais nenhuma para além das que me cabem. Sou treinador, não quero ser dirigente. A minha ideia é cumprir o contrato, a única condicão para que isso aconteça é que todos estejam contentes: treinador, adeptos, jogadores e, claro, a Direcção. Trabalhamos todos com essa ideia», concluiu.