Sem tempo para sentimentalismos. É desta forma que Carlos Mozer, antigo central do Benfica, encara mais um reencontro com a equipa que o projectou internacionalmente. Agora como treinador adversário, o técnico da Naval mantém a coerência na abordagem dos jogos na Figueira, sem olhar ao nome (e estatuto) do adversário.

«Em casa, somos sempre favoritos. Temos de somar pontos para conseguir a manutenção, não há volta a dar. A dificuldade é ainda maior, por ser frente ao Benfica, uma equipa recheada de bons jogadores. Mesmo que haja uma ou onze alterações, as dificuldades serão as mesmas. Se fizerem poupanças, quem jogar vai querer mostrar que é útil à equipa», sintetizou o brasileiro.

Em posição complica na tabela (penúltimo lugar, a quatro pontos da ¿salvação¿), os figueirenses sabem que só um jogo de superação lhes permitirá conseguir um resultado positivo: «Para ganhar, só mesmo uma grande Naval. O empate não deixa de ser bom, já que os outros também jogam e é sempre um ponto ganho. Quem quer sobreviver pensa o mesmo que nós mas temos é de nos preocupar somente connosco.»

Tantas memórias...

Carlos Mozer é um nome incontornável na história do Benfica. O próprio treinador não esconde um sentimento diferente para esta partida, evitando, ainda assim, falar do passado: «Tenho grande respeito pelo clube e sócios, mas estou a trabalhar na Naval. A minha equipa vai-se apresentar motivada, com níveis de concentração e disponibilidade elevados. E tentaremos repetir o jogo com Olhanense [vitória por 1-3].»

A esperança ainda não morreu na Figueira e o técnico, pese as adversidades, acredita num final feliz para a equipa. «Comecei bem e espero acabar bem também. Estamos no bom caminho, que sempre foi de sacrifício e muito trabalho. Só assim conseguimos alcançar a permanência», vaticina.