Chama-se Tofik Bakhmarov e estará para sempre no coração dos ingleses, mesmo que haja muitos que não o conheçam. Foi ele o fiscal-de-linha que validou o golo menos consensual de todos os Mundiais e que ajudou, e de que maneira, à única glória da seleção dos Três Leões em quase cem anos de prova.

A final do Mundial de Inglaterra completa, este sábado, 50 anos. Foi a 30 de julho de 1966 que a seleção da casa bateu a Alemanha por 4-2, após prolongamento, sendo, então, o golo de Geoff Hurst, aquele que virou, de vez, a balança para os ingleses, fazendo o 3-2.

A história é, de resto, contada no livro do Maisfutebol «O essencial dos Mundiais para ler em 90 minutos».

«Jogava-se o minuto 101 quando Hurt rematou: bola na trave, depois sobre a linha. Os jogadores rodeavam o árbitro, os alemães diziam que não entrou, os ingleses que sim. Gottfried Dienst consultou Bakhmarov, que não teve dúidas. Validou o lance.

A Inglaterra via-se a vencer por 3-2 e aguentava as últimas investidas alemãs. Os fãs já não continham a impaciência. Kenneth Wolstenholme, o narrador da BBC, solta a frase que havia de tornar-se famosa: ‘Há pessoas no relvado. Pensam que acabou…’ Hurst sobre pela esquerda e remata. Golo, 4-2. Wolstenholme: ‘Acabou agora…’»

O lance que decidiu o jogo é discutido até aos dias de hoje. Ao contrário da polémica mão de Deus, por exemplo, de Diego Maradona, onde ninguém vê algo que não um lance ilegal, neste ponto as opiniões dividem-se, dando-lhe, então, o estatuto de golo mais discutido da história dos Mundiais.

«Há tantas opiniões como estudos mais ou menos científicos sobre aquele momento. Em 1995, a Universidade de Oxford recorreu a um programa de computador e a termos como linhas verticais, projeção e intersecção para concluir que não entrou. Outros programas informáticos aplicados à televisão juram provar o contrário. Que sim, que entrou.»

Cinquenta anos depois, o mundo do futebol começa a despertar para a importância da tecnologia da linha de golo…