Os zero votos que os egípcios obtiveram na candidatura à organização do Mundial 2010 (atribuída à África do Sul) motivaram um rol de reacções expressadas pela comunicação social do país; quer no sentido do apuramento interno de responsabilidades, quer através de críticas à FIFA e ao seu presidente, Joseph Blatter.
«O zero é um golpe que merece um castigo no Parlamento», refere o jornal Al Ahram, enquanto a revista Al Usbu foi mais longe: «Não participamos do crime de enganar o povo egípcio. O Egipto perdeu uma corrida para a qual não estava capacitado, porque não sabia as regras do jogo, porque acreditava que bastava apresentar sete mil anos de civilização, porque achou que receber um Mundial é como qualquer campeonato.»
«O Egipto acreditava desde o início que ia ser o segundo em feroz concorrência com a África do Sul e agora os egípcios recebem o grande choque de ver que o seu país sai com as mãos vazias da festa. Temos de averiguar o motivo», refere o The Egyptian Gazette, mas há outras publicações que apontam mesmo responsáveis fora do seu país.
O jornal Al Ajbar aponta um «zero vergonhoso» e refere que Blatter «riu» dos egípcios coma sugestão de lhes oferecer o prémio fair-play pela candidatura, uma sugestão que «provocou gargalhadas entre os presentes» na cerimónia. O Al Gumhuriya reconheceu a debilidade da candidatura, mas também acusou o comportamento do organismo que rege o futebol mundial: «A FIFA enganou-nos. Pediu relatórios e já tinha um acordo secreto com a África do Sul.»