O hotel onde estão muitos dos jornalistas portugueses que seguem a selecção nacional, que fica a cerca de 15 quilómetros de Magaliesburgo, foi esta noite assaltado.

Tudo se passou de madrugada, por volta das 4h00, e os homens estavam armados. Segundo relatos dos jornalistas portugueses, seriam dois assaltantes, mas a polícia admite que tenham sido mais.

Além de elementos da imprensa portuguesa (Jogo, TSF, DN e Expresso), no hotel também estão jornalistas espanhóis, dos desportivos «AS» e «Marca».

O caso mais grave deu-se com o fotojornalista da Global Notícias que acordou durante o assalto e foi ameaçado com uma arma. Os assaltantes disseram-lhe para não sair da cama e para não ver as suas caras, enquanto lhe levaram todas as máquinas, o computador e mesmo a roupa.

Também o jornalista do Expresso e o fotojornalista da Marca ficaram sem nada, só tendo dado conta do assalto quando o fotojornalista da Global Notícias os foi acordar.

O hotel está agora repleto de polícias. Trata-se de um complexo sem segurança, mas com vedação, que se encontra num local isolado, sem mais construções à volta.

Informações no local dão entretanto conta de que a polícia terá detido um dos suspeitos pelo assalto, que terá sido localizado através do sinal de um dos telemóveis.

A descrição de um dos repórteres:

O repórter fotográfico António Simões, da Global Imagens, descreve momentos terríveis. «Foi assustador. Foram dois ou três minutos, no máximo, mas pareceram horas. No fim, quando me taparam todo e encostaram ao meu peito a arma uma segunda vez, pensei¿ já fui», contou, à Lusa.

«Estava a dormir. Acordei com um barulho e deparo-me com dois africanos negros dentro do quarto. Um deles aponta-me logo a arma à cabeça. Manda-me estar calado. Pressiona a arma e manda-me encostar para trás. Quando saíram, mandou-me estar calado e continuar a dormir com a arma ainda apontada. Fiquei hora e meia dentro do quarto à espera de luz do dia para conseguir vir cá para fora», relata.

«Levaram-me 3500 euros, cerca de 500 euros em rands (moeda sul-africana). Fiquei sem telemóveis, documentação, levaram-me o computador, máquinas, lentes, roupa. Apenas fiquei com alguma roupa no quarto. Mas o mais importante é que estou vivo. O material é o menos. Não há noção do que é ter uma arma apontada», prossegue.

«É surreal terem-nos metido aqui numa quinta sem telefones do quarto e segurança alguma. Por onde temos passado, vemos muros altos electrificados e segurança. Impensável terem-nos colocado aqui», contesta ainda.

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