O governo da África do Sul negou, esta quinta-feira, qualquer irregularidade na candidatura do país à receção do Mundial 2010, como defendido na acusação da investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos que indiciou 14 suspeitos de corrupção, entre eles nove dirigentes ou ex-dirigentes da FIFA.
 
A acusação afirma que, alegadamente, o governo sul-africano prometeu 10 milhões de euros a Jack Warner, na altura vice-presidente da FIFA. Segundo a investigação norte-americana, os 10 milhões pagos a Warner e a outros dirigentes foram decisivos para a África do Sul vencer Marrocos por 14 votos contra 10, em 2004.
 
O ministro da Presidência do país, Jeff Radebe, foi o porta-voz do governo sobre o assunto: «Quando concluímos o Mundial aqui na África do Sul tivemos uma auditoria limpa. Nunca houve qualquer sugestão de que alguma coisa ilegal aconteceu na África do Sul.»
 
Também a Federação Sul-africana de Futebol (SAFA) veio pronunciar-se sobre o assunto, negando os subornos. «Reafirmamos que levámos a cabo todo o processo com integridade. Vai demonstrar-se que as acusações são falsas», afirmou o porta-voz da SAFA, Dominic Chimhavi, em declarações à EFE.
 
«Pôr sob suspeita pessoas com tanta integridade é muito dececionante», disse.
 
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusa os suspeitos de conspiração e corrupção nos últimos 24 anos. No caso estão em causa subornos no valor de quase 140 milhões de euros.
 
Entre as figuras acusadas encontram-se dois vice-presidentes da maior instituição de futebol a nível mundial, Eugenio Figueredo, uruguaio, e Jeffrey Webb, atual presidente da CONCACAF.
 
A FIFA suspendeu provisoriamente 12 pessoas envolvidas nestas acusações.