*Enviado-especial ao Brasil

A possibilidade de Bernard reforçar o FC Porto foi uma das principais novelas do defeso passado no futebol português. Na altura, o avançado do Atlético Mineiro, agora no Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, esteve muito perto de se mudar para Portugal. Esse era o seu desejo. Faltou dinheiro ao clube azul e branco.

«Na altura, deixei bem claro que queria ir para o FC Porto. Infelizmente acabou por não chegar a proposta com o valor que o Atlético Mineiro pedia. Infelizmente não pude ir. Era um desejo meu muito grande, mas não aconteceu», lamentou, em conversa com o Maisfutebol no final do Brasil-Camarões.

E o interesse de Bernard no FC Porto não era meramente competitivo. Há o lado afetivo. O avançado diz-se adepto dos dragões.

«O FC Porto é uma equipa que sempre acompanhei. Sempre torci pelo FC Porto. Acompanhava o Hulk, mas mesmo quando ele não estava lá eu acompanhava o futebol português muito. Vê-se que é parecido com o brasileiro e tenho a certeza que me daria muito bem lá», afirmou.

Aliás, apesar de esta janela de oportunidade se ter fechado com a mudança para a Ucrânia, Bernard não acha que seja um capítulo definitivamente encerrado na sua carreira. Jogar em Portugal pode ser uma realidade. Ele, pelo menos, não rejeitaria a ideia à partida.

«Pode ser que no futuro surja alguma coisa. Se surgir uma oportunidade vou aceitar de certeza. É um lugar muito bonito, um clima que é praticamente o brasileiro. Caso apareça novamente uma oportunidade ficarei feliz pela sondagem e espero que possa ser feliz, caso apareça», assegura.

«Estou a aprender muito com Felipão»

Simpático e disponível, Bernard falou também do seu Mundial. Não foi utilizado contra os Camarões, mas entrou ao intervalo do jogo com o México e já tinha sido opção na abertura, frente à Croácia.

Falta-lhe um momento de génio que o catapulte de vez e, quem sabe, lhe possa abrir as portas do onze.

«Estou a trabalhar para que as oportunidades apareçam. Para que possa estar preparado e possa dar o meu melhor. Nos treinos, nos jogos, até psicologicamente tenho trabalhado isso. Agora é esperar para caso apareça uma oportunidade possa dar o meu melhor pela seleção», referiu.

Para o treinador, Luiz Felipe Scolari, apenas elogios: «É muito fácil trabalhar com ele. É um cara do bem

«Os jogadores que trabalharam com ele em 2002 e mesmo os jogadores de Portugal podem confirmar isso. É super tranquilo, abraça o grupo. É uma pessoa que aconselha, que quer o melhor para todos. Trabalhar com ele tem um significado muito grande para mim e estou a aprender cada vez mais», elogia.

Sobre o jogo com o Chile, dos oitavos-de-final, Bernard considera que o Brasil vai «apanhar uma equipa difícil».

«Num grupo como aqueles, é normal pensar, pelo que as seleções vinham a mostrar nos últimos anos, que Espanha e Holanda iam conseguir o apuramento. Mas sabemos que as equipas sul-americanas são chatas e complicadas para jogar. O Chile mostrou bom futebol, conseguiu o objetivo de se qualificar num grupo super difícil. Tenho a certeza que, com esse bom futebol, podem complicar-nos a vida. Já trabalhámos para não ser surpreendidos», rematou.