*Enviado especial ao Brasil

«Alô Brasil» será o Diário de Bordo de João Tiago Figueiredo, enviado especial do Maisfutebol ao Mundial 2014, no Brasil 

Dia 3: conversa de taxista

Três dias em Salvador já me permitem falar de velhos conhecidos. Dois, pelo menos, colocando de parte os colegas jornalistas, claro está.

Há o «moleque» que vende pulseiras do Bonfim à porta do hotel e que depois de meter conversa no primeiro dia tem sido um brilhante assessor na hora de mandar parar um táxi. Coloco um pé na rua, ele avista-me e atravessa a rua. «Fala português!». E eu falo.

A simpatia cai bem a tantos quilómetros de casa e numa cidade traiçoeira em certas zonas. Salvador é um pouco a imagem de todo o Brasil: desigual. Bonita, luxuosa e histórica em muitos pontos. Pobre, muito pobre, em quase todos os outros. Pelo meio muita festa.

Depois há o «seu Gilson». Por coincidência, já o apanhei em várias «corridas» de táxi. É um mestre do futebol. E que ninguém discorde dele!

O Espanha-Holanda ainda dominava as conversas por Salvador. «Espanha podia ter ganho? ‘cê tá maluco rapá?». Lá expliquei que com o resultado ainda em 1-0, David Silva poderia ter feito o segundo e condenado a Holanda. «Bobagem. Holanda ganhava de qualquer time naquela noite».

Talvez «seu» Gilson…

Simpático, disponível, opinativo. Não muito coerente. Horas mais tarde, noutra «corrida», lá voltou o Espanha-Holanda. Não quis dar luta, dessa vez. «A Holanda está muito forte», disse eu, simplesmente.

E «seu» Gilson ensinou-me futebol: «Está forte sim. Mas a Espanha podia ter feito o 2-0 antes do empate mas o goleiro holandês tirou. Vocês é que já não lembram essas coisas agora»

Verdade «seu» Gilson. Valeu.