* enviado-especial ao Brasil

Luiz Felipe Scolari não quis associar as ausências de Neymar e Thiago Silva ao descalabro brasileiro. E também rejeitou a ideia de que tenha sido a quebra emocional a levar a sua equipa para o fundo: «O que aconteceu não tem nada a ver com o excesso de emoção, ou com o Neymar. Com ele em campo poderia não ser muito diferente. É uma derrota feia, horrível, mas foi um jogo atípico. Isto não é normal e não voltava a acontecer nem nos próximos dez jogos. Tem a ver apenas com aqueles dez minutos que eles aproveitaram maravilhosamente», garantiu.

O técnico brasileiro assumiu ainda que foi difícil encontrar estímulo para a equipa ao intervalo: «Claro que dar a volta era quase impossível, mas sentimos que pelo menos podíamos tentar jogar na aproximação e criar dificuldades à Alemanha com um ou dois golos. Fomos lá duas ou três vezes, e se as situações de Paulinho e Oscar entrassem podíamos ter serenado um pouco. Mas se a tua equipa vai lá quatro vezes e não faz golo, e o adversário vai lá e faz o sexto, isso termina de rebentar com o teu lado emocional», admitiu.

Ainda assim, e com o nome de Tite cada vez mais provável como seu sucessor, Scolari não aceitou a ideia de que o jogo do Mineirão marca um virar de página no seu ciclo e no de vários jogadores deste grupo: «Estamos fazendo um caminho para o Mundial 2018, como a Alemanha fez até aqui, nos últimos seis. Desses 23, acredito que 14 ou 15 estarão na Rússia, e agora, enfrentando esse ambiente horrível no vestiário, é altura de lembrar, daqui por uma hora ou duas, que a vida continua e o seu percurso também», afirmou.

A concluir, Scolari admitiu que, profissionalmente, este era o dia mais duro da sua carreira: «A Alemanha jogou hoje como ainda não tinha jogado, e nós também. Eles fizeram o melhor jogo do Mundial, e nós o pior. Foi a pior derrota do Brasil, e fica a revolta por não ter conseguido melhorar. Pensando no futebol, esse foi o pior dia da minha vida. Mas é um risco que eu sabia que corria quando assumi a seleção», concluiu.