*Enviado-especial ao Brasil

Didier Deschamps, selecionador francês, atribuiu quase exclusivamente a um fator as causas da derrota nos quartos de final, perante a Alemanha:


«Faltou-nos um pouco mais de experiência. Depois de um início algo hesitante, fizemos muitas coisas boas, criámos muitas oportunidades e as defesas do Neuer acabaram por valer a diferença no marcador, embora eu reconheça que no fim do jogo, ao assumirmos mais riscos, a Alemanha também esteve perto de conseguir o segundo golo», resumiu.

Para o ex-campeão mundial, em 1998, o jogo desta sexta-feira assinala uma aproximação da França ao pelotão de elite: «Se compararmos o estatuto da Alemanha com o nosso, e com os problemas que sentimos nos últimos anos, a diferença entre as equipas não foi tão visível quanto isso. Não penso que hoje tenhamos jogado menos do que nos encontros anteriores, o adversário é que era de um nível muito superior», afirmou.

O técnico explicou assim a alteração no onze, com a entrada de Griezmann para o lugar de Giroud: Apostei no Antoine (N.R: Griezmann) porque já contava que Lahm jogasse a lateral e precisávamos de conter as suas subidas, reforçando o equilíbrio defensivo nesse setor. Além disso, quis aumentar a nossa rapidez na frente, com Karim numa posição mas central. A ideia era que ele tivesse mais situações na área, e isso acabou por acontecer», disse.

Deschamps reforçou a ideia de que é legítimo esperar muito da sua equipa no Euro-2016, que a França vai organizar: «A vitória sobre a Ucrânia no play-off representou o nascimento de um grupo. Se pensarmos na Alemanha, vemos um grupo de jogadores muito habituados a jogar a este nível, em Mundiais e Europeus. Estou muito orgulhoso do que a seleção fez aqui, dentro e fora do campo. Há trabalho pela frente, mas há muita matéria-prima e, como se viu nestes cinco jogos, estes jogadores têm predisposição para competir», resumiu.

O técnico francês voltou a lamentar a realização de jogos a uma hora de muito calor, mas esse foi o único ponto negativo que apontou a um Mundial empolgante: «Não o digo para explicar a derrota, até porque os alemães sofreram tanto como nós, mas o facto de jogar a esta hora não é bom. Mesmo assim, está a ser um belo Mundial, há jogos com muito ritmo, mesmo os que são disputados às 13 horas. A bola chega com rapidez de uma área para a outra, os jogos têm intensidade, ataques rápidos e resultados equilibrados. Até agora, quase todos os jogos têm sido agradáveis de ver, ao contrário do que tinha acontecido nas últimas edições», concluiu.