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Com a reforma prometida para depois do Mundial, o técnico da Suíça, Ottmar Hitzfeld, joga forte na desestabilização da Argentina: «Não penso que este vá ser o meu último jogo», afirmou, em tom de desafio, no lançamento da partida, depois do treino de adaptação ao Arena Corinthians. Na ocasião, Hitzfeld admitiu que está a contar com o apoio dos adeptos brasileiros, devido à rivalidade histórica com a Argentina: «Acredito que teremos não só os brasileiros, mas muitos neutrais do nosso lado, porque enfrentamos um dos grandes favoritos», avançou.

Duas vezes vencedor da Liga dos Campeões, pelo Dortmund, em 1997 e pelo Bayern, em 2001, Hitzfeld sente que está a um passo de fazer história, se a Suíça conseguir uma das maiores surpresas dos últimos Mundiais. Por isso não hesita em pôr uma eventual vitória sobre a Argentina no ponto mais alto da sua carreira: «É um privilégio jogar este jogo, e uma grande oportunidade para o futebol suíço escrever a melhor página da sua História. Não tenho dúvidas de que é dos maiores jogos em que já estive envolvido e os meus jogadores também não: há pouco, no treino, sentia-se aquela tensão boa das grandes ocasiões. Estamos prontos», garantiu.

Hitzfeld já tem no currículo uma vitória sobre um favorito à conquista do Mundial – sobre a Espanha, há quatro anos – mas garante que não vai repetir a receita de sucesso na África do Sul, uma retranca de todo o tamanho com exploração pontual dos contra-ataques: «Não se podem comparar adversários diferentes. Mesmo a nossa equipa é muito diferente, por isso a estratégia não será a de há quatro anos», afirmou, acrescentando que não perdeu confiança no seu setor defensivo, mesmo depois dos cinco golos sofridos com a França: «Talvez esses golos tenham sido um despertador, porque voltámos a ser uma equipa equilibrada diante das Honduras», lembrou.

O técnico alemão manteve o tom de desafio na resposta seca à pergunta incontornável: é possível parar Messi, que até agora marcou em todos os jogos? «Amanhã verão», limitou-se a dizer, antes de acrescentar que a baixa de Aguero não vai enfraquecer a Argentina: «É um ótimo jogador, mas Lavezzi não lhe é inferior», disse. «A Argentina pode estar a ser criticada, mas é daquelas equipas que precisam de desafios complicados para subir o nível de rendimento. Acredito que amanhã podemos criar-lhe esse desafio», concluiu.