*Enviado-especial ao Brasil

Chegaram os portugueses. Ou quase. A cerca de três horas do início do Portugal-Alemanha, jogo de estreia da seleção nacional no Mundial 2014, nas ruas de Salvador já se vê muito vermelho e verde. 

O Maisfutebol passou pelo centro histórico da cidade antes de chegar ao Estádio para medir a festa lusa e encontrou muitos portugueses. Mas poucos de Portugal. 

A verdade é que grande parte dos adeptos, pelo menos atendendo à amostra recolhida pelo nosso jornal, ou reside no Brasil (alguns são mesmo brasileiros) ou nos países vizinhos. Mas também há quem tenha atravessado o Atlântico. 

Rui Meireles veio de Vila Nova de Gaia. «Ganhei a viagem num sorteio. Era a única forma de vir porque pediam mais de três mil euros para três dias aqui com bilhete e estadia. É um abuso», atira. 

Ao seu lado, junto ao Elevador Lacerda, uma das atrações da cidade, estava um amigo. Um novo amigo. Pedro Figueiras foi o outro contemplado no mesmo concurso. «A situação é a mesma. Só vinha numa ocasião excecional como esta. Acho que era a resposta que a esmagadora maioria dos portugueses dava», considera. 

Mas a verdade é que as camisolas, sobretudo de Cristiano Ronaldo, já se viam aos montes por volta das 9 da manhã. O jogo é às 13 horas do Brasil, recorde-se. 

Entre as muitas camisolas que encontrámos estavam duas de clubes portugueses. Uma do FC Porto e outra do Sp. Braga, com o nome de Rafa, um dos 23 de Paulo Bento nas costas. 

E ainda há espaço para os adeptos de ocasião. Hasegawa é japonês,mas morou cinco anos em Portugal nos anos 90. Passeava junto ao estádio com uma camisola de Rui Costa. «É o meu ídolo. Sou da Fiorentina ainda hoje por causa dele», conta, numa mistura entre português e inglês. 

Pelo meio há, também, muitos alemães. A hora madrugadora não permite ainda perceber quem está em maioria, visto que Portugal contará com muito apoio local. 

«Acreditem numa surpresa. Viram o que aconteceu à Espanha? Portugal vai fazer igual», comentava Rosélia, uma vendedora ambulante junto ao estádio. 

A ordem está, portanto, dada: agora é acreditar. E sonhar.