A direcção da Federação espanhola de futebol formalizou esta terça-feira a intenção de avançar com Portugal numa candidatura conjunta à organização do Mundial 2018. O organismo ratifica assim a intenção manifestada na véspera pelo seu presidente, Angel Villar. Do lado português, Gilberto Madaíl diz que o processo está «bem encaminhado».
O jornal «Marca» avança que a RFEF concretizou hoje a apresentação formal da candidatura conjunta. Quanto a Madaíl, fez um ponto da situação do lado português. «Sempre houve entre mim e o Angel Villar uma grande sintonia de posições mas, como é óbvio, só depois das eleições na federação espanhola podíamos avançar mais alguns passos. Recentemente, já conversámos sobre o projecto e as coisas estão bem encaminhadas», afirmou o dirigente em declarações ao site oficial da Federação: «Faltam agora ver cumpridos outros requisitos, nomeadamente junto dos respectivos governos mas estou convencido, como sempre disse, que este projecto faz todo o sentido.»
«Trata-se de rentabilizar os investimentos que foram feitos recentemente com o Euro 2004, quer a nível de estádios, quer a nível de outras infra-estruturas e equipamentos. Em 2018, ainda teremos melhores condições, por exemplo aeroportuárias (com o novo aeroporto de Lisboa) e ferroviárias (com a rede de alta velocidade) pelo que, para além de todas as vantagens desportivas, sociais, culturais etc., defendo que a organização conjunta da segunda maior prova desportiva do mundo (a seguir aos Jogos Olímpicos) traria enormes vantagens económicas ao nosso país», conclui Madaíl.
Quanto ao Governo português, o ministro da Presidência manifestou disponibilidade, mas diz que ainda não há qualquer projecto concreto. «Até ao momento não foi apresentado ao Governo nenhum projecto concreto sobre o qual se possa pronunciar», disse hoje o ministro Pedro Silva Pereira, no final da reunião do Conselho de Ministros, que de manhã tinha notado que Portugal tem, desde o Euro-2004, as infra-estruturas necessárias.
«Se nos for apresentada uma proposta de candidatura o Governo considerá-la-á, tendo em conta que já temos as infra-estruturas, porque já fizemos o investimento, e no pressuposto de que o que se trataria agora era apenas rentabilizar as infra-estruturas que o país já tem, mas isso, naturalmente, dependeria da configuração do projecto e das suas implicações», acrescentou o ministro: «A confirmar-se essa candidatura conjunta, que não está formalizada, o Governo o que fará é analisar o projecto e as mais valias para a economia do país, para depois tomar uma decisão final.»
Inglaterra, Estados Unidos, Austrália e a Holanda e Bélgica, em conjunto, são os países que deverão apresentar candidaturas, num processo que decorrerá em Janeiro de 2009, segundo definiu a FIFA. O organismo que tutela o futebol mundial decidiu no passado fim-de-semana que irá enviar em Janeiro às Federações os processos de candidatura, que decorrerão em conjunto para dois Mundiais, 2018 e 2022. Os países podem candidatar-se só a uma das provas ou a ambas. A decisão final será tomada em Dezembro de 2010.

O jornal Marca avançou recentemente com a informação de que o projecto ibérico prevê que o Mundial seja organizado com oito estádios em Espanha e quatro em Portugal, sendo a abertura em Lisboa e o encerramento em Madrid.