De fora das opções de França no Mundial 2018, Ben Arfa parece ter ficado pouco impressionado pelos desempenhos dos compatriotas na Rússia, não obstante a conquista da prova.

«Estou preocupado pelos amantes do futebol. Será que eles estão felizes? (...) Para mim, seria perigoso escondermo-nos atrás da segunda estrela [n.d.r.: segundo título mundial] para fazer do jogo dos Blues uma referência global. Não vamos escondê-lo: o estilo de jogo de França e a identidade ultra-realista é feio. E eu não quero que esse estilo se torne norma nos centros de treino ou nos clubes, até porque temos o hábito de tentar copiar o novo campeão do mundo.»

Ben Arfa, proscrito no PSG e à procura de um novo clube para relançar a carreira, dissertava sobre a performance da seleção francesa numa crónica assinada por ele na revista France Football. Não deixou de dar os parabéns aos compatriotas e à equipa técnica pelo título na Rússia, mas considerou que a qualidade, sobretudo no ataque, exigia mais. «Tendo em conta o nosso poderio, devíamos ser mais audazes e menos camaleões. 'Chapeau' Sr. Deschamps, mas eu no seu lugar sairia por cima, um pouco como Zidane no Real Madrid. E depois caberia ao seu sucessor tirar partido do potencial técnico e libertar os talentos para termos uma bela identidade de jogo à francesa, como os brasileiros têm a deles.»

Ben Arfa completou o artigo apontando o dedo ao Euro 2020. «Não estou certo que com este estilo de jogo estaremos a salvo de alguma surpresa desagradável no apuramento para o próximo Euro.»