Domínio de jogo, muita posse de bola, mas pouca objetividade para criar oportunidades de golo. Foi mais ou menos essa a imagem deixada pela Espanha, adversária de Portugal no primeiro jogo da fase final do Mundial, na partida deste domingo, diante da Suíça.

O conjunto orientado por Lopetegui teve dominou a posse de bola como lhe é habitual, mas rematou poucas vezes para o domínio que demonstrou. Com o empate a persistir, nos últimos minutos viu-se uma Espanha mais perigosa, a criar oportunidades, mas aí faltou melhor pontaria para que La Roja saísse de lustro bem puxado rumo à Rússia, onde, no próximo sábado, faz com a Tunísia o último teste, antes do arranque do Mundial.

Esquerda para chegar avante

Numa semana de mudanças políticas em Espanha, com uma moção de censura a fazer cair o Governo do PP de Mariano Rajoy para uma viragem à esquerda liderada por Pedro Sánchez do PSOE, a seleção espanhola apostou na mesma estratégia dentro de campo, privilegiando a esquerda para criar perigo ao setor defensivo helvético.

Com a parceria Alba, Iniesta, Silva a mostrar que dali pode esperar-se sempre perigo, o golo acabou por surgir de forma um pouco estranha, com Iniesta, perto da linha de fundo, descaído para a esquerda, bombeou uma bola para a entrada da área onde surgiu o lateral direito Odriozola a arrancar um remate de primeira, sem deixar a bola cair, para um golo de belo efeito, logo aos 29 minutos.

Só que se até aí os remates dos jogadores espanhóis não eram muitos, em vantagem, a equipa de Lopetegui pareceu passar a preocupar-se apenas em circular a bola, não criando ocasiões e golo.

Valeu que do outro lado estava uma Suíça – com Seferovic a aparecer a titular, mas a sair ao intervalo sem ter deixado grande marca no jogo – quase inofensiva, a precisar das subidas de Lichtsteiner para conseguir fazer a bola chegar à área de De Gea, que foi apenas mais um espectador durante o primeiro tempo.

Triunfo passa por entre as luvas de De Gea

Mas se o guardião do Manchester United não teve trabalho na primeira parte, na etapa complementar surgiu como figura… negativa. Aos 62 minutos, em nova aparição no ataque do lateral Lichtsteiner, um remate que parecia inofensivo do lateral da Juventus tornou-se numa situação de golo, devido a uma péssima abordagem de De Gea.

O guarda-redes espanhol deixou a bola escapar-lhe entre as luvas, vendo Ricardo Rodriguez surgir em cima da linha a fazer o empate que a Suíça fizera pouco por merecer.

A partir de então, e numa altura em que o jogo já estava muito descaracterizado devido às muitas substituições, voltou a assistir-se a uma réplica da primeira parte: a Espanha com muita bola, num jogo com pouca baliza.

Isso mudou nos últimos 10 minutos, quando os espanhóis foram mais afoitos na procura da vitória, mas o esforço revelou-se infrutífero.

No último teste que fez em solo espanhol, o adversário de Portugal na estreia no mundial foi pagou pela falta de objetividade do seu jogo e não foi além do empate.