Os últimos ajustes em campo antes do Mundial 2018 permitiram a Espanha e Tunísia acentuar processos, denotar últimas dificuldades e dúvidas quanto a possíveis onzes iniciais.
Se, na teoria, «La Roja» seria favorita à partida para o encontro, verdade é que o jogo – e quase o resultado - não confirmou tamanho poderio. Pôs aliás, a nu, algumas debilidades dos espanhóis antes do duelo ibérico com Portugal, na primeira jornada do grupo B do Mundial 2018.
Na preparação para esse embate, passaram por Espanha e Portugal uma Tunísia aguerrida. A rebater poderio contrário.
Se a melhor equipa africana no ranking da FIFA tinha sofrido dois golos ante Portugal, anulando-os depois, desta feita revogou uma Espanha sem ocasiões iminentes de golo em quase 90 minutos. A única clara, aos 84’, custou caro aos tunisinos fruto de um erro posicional na defesa e permitiu a Diego Costa oferecer o golo ao recém-entrado Iago Aspas.
A vitória pela margem mínima é, mesmo num particular, o que de mais valioso leva a Espanha esta noite de Krasnodar.
Já com a posse de bola no rótulo, «La Roja» foi, por outro lado, incapaz de incomodar muito os pupilos de Nabil Mâaloul. Zero remates à baliza de Mathlouthi na primeira parte são disso exemplo.
Nesse período, os africanos, mais pragmáticos e explosivos a atacar a baliza de De Gea, estiveram mais perto do golo. Pelo erro de Espanha ou por mérito próprio.
Por exemplo: é raro ver numa equipa como Espanha um mau passe. Pese a tamanha posse de bola. Aconteceu numa oferta de Alcantara, que Sassi não aproveitou (12m).
Isso, ou falhas de marcação em cruzamentos caídos na área. Sergio Ramos ficou a ver jogar e Sliti, solto na área, só não teve pontaria (35m).
Do lado de Espanha, Iniesta foi maestro, mas não teve orquestra na frente. De Isco a David Silva, até Rodrigo: 66 por cento de posse em 45 minutos pouco serviram.
Lopetegui tem uma grande dúvida no possível onze – dada a lesão do lateral-direito Carvajal – mas pode acrescentar outras e um possível plano B, sobretudo no ataque.
Foi o que aconteceu para a segunda parte, com as entradas de Koke, Lucas Vázquez, após o intervalo. E depois de Diego Costa e Asensio, para a última meia hora. Nacho também entrou.
Com uma referência mais fixa, Costa, no ataque, sustentada por dois extremos puros, Espanha continuou a assentar jogo na posse, embora sem tanta insistência.
A pressão alta da Tunísia obrigou ao erro e causou perdas de bola várias aos espanhóis. Incomodou e certamente permitiu a Fernando Santos tirar notas para o que o espera a 15 de junho.
Vai encontrar uma seleção que venceu esta noite, mas sem convencer. Valeu aquela rápida transição a apanhar os tunisinos descompensados, num golo saído do banco. Diego Costa ficou sem espaço perante os defesas e ofereceu a Aspas, que precisou de oito minutos em campo para apontar o caminho do golo.