A França continua na defesa do título que conquistou em 2018 depois de ter batido a Inglaterra este sábado por 2-1, marcando encontro com Marrocos, para uma meia-final inédita em fases finais. A Inglaterra bateu-se de igual para igual com os campeões do Mundo, mas Harry Kane desperdiçou uma grande penalidade que teria permitido o empate já perto do final. O avançado do Tottenham atirou para as nuvens e Kylian Mbappé ficou a rir.

As duas equipas entraram em campo extremamente focadas em não cometer erros, a França mais focada na bola, a Inglaterra nos espaços. Os campeões do Mundo em título procuraram assumir, desde logo, a condução do jogo com o mesmo onze com que tinham deixado pelo caminho a Polónia, com Griezmann sobre a direita, mas com liberdade para vir para dentro e combinar com Dembélé, Giroud e Mbappé.

Gareth Southgate também repetiu onze com que venceu o Senegal para um jogo, desta vez, mais paciente, a procurar fechar os acessos à área de Lloris, mas sempre pronta para explorar as costas dos franceses, com destaque para os passes longos de Pickford e também de Luke Shaw da esquerda. Mas era a França que tinha mais bola e que mandava no jogo, com Griezmann e Dembélé a procurarem furar pela direita, com destaque para um cruzamento do extremo do Barcelona que permitiu a Giroud, de cabeça, assinar o primeiro remate do jogo.

Mas foi do lado contrário que começou a ser desenhado o primeiro golo deste jogo, aos 17 minutos, com Mbappé a vir para o centro, a baralhar as marcações inglesas, antes de Griezmann atrasar para a bomba de Tchouameni. Um remate com o pé direito que levou a bola a chegar aos 108 quilómetros por hora em direção à baliza de Pickford. Estava aberto o marcador no Estádio Al Bayt.

A Inglaterra reagiu de imediato, roubando a bola aos franceses para impor mais o seu jogo, agora com Belligham, Saka e Foden bem mais ativos na frente, diante de uma França que foi obrigada a recuar para se organizar. Kane chegou a reclamar uma grande penalidade, por falta de Hernandez, mas o árbitro Wilton Sampaio nada assinalou. Começava aqui uma arbitragem desastrosa do juiz brasileiro que sentiu tremendas dificuldades em acompanhar a crescente intensidade da partida. O intervalo chegou num ápice, com a França cada vez mais perto da área de Lloris. Tínhamos jogo.

Ritmo infernal e um golo para cada lado

A segunda parte começou com uma intensidade ainda mais elevada, de parada e resposta, a um ritmo de tirar a respiração, com oportunidades nas duas balizas. Logo a abrir, Belingham obrigou Lloris à defesa da noite e, logo a seguir, Tchouaméni derrubou Saka na área e, desta vez foi mesmo penálti. Um duelo entre dois jogadores dos Spurs, separados por onze metros, com o inglês a atirar fortíssimo, sem hipóteses para o francês. Um golo histórico, uma vez que permitiu a Harry Kane igualar Wayne Rooney como melhor marcador da seleção inglesa, com um total de 53 golos acumulados.

O resultado estava agora totalmente em aberto, mas com a Inglaterra moralizada pelo empate. A equipa de Gareth Southgate chegou mesmo a ameaçar a reviravolta, com Luke Shaw a oferecer profundidade pela esquerda e a colocar facilmente a bola na área francesa. Maguire teve uma primeira oportunidade, com uma cabeçada que levou a bola a raspar no poste e Saka também esteve perto de marcar, na sequência de mais um cruzamento do lateral do Manchester United.

A reviravolta parecia tão perto que a Inglaterra descuidou-se em termos defensivos. Giroud já tinha ameaçado marcar, com uma cabeçada e, na segunda oportunidade, marcou mesmo, com Griezmann a cruzar da esquerda para a finalização do melhor marcador francês de todos os tempos. Com uma segunda assistência de Griezmann, a França voltava a estar por cima do marcador.

Kane atira para as nuvens

Ainda faltavam mais de quinze minutos para o final e a Inglaterra, já com Mount e Sterling em campo, voltou a carregar com tudo o que tinha, novamente à procura do empate, numa altura em que a França voltava a gerir. Na sequência de mais um pontapé longo Mount foi carregado pelas costas por Hernandez, o árbitro brasileiro nada assinalou, mas, mais uma vez, acabou corrigido pelo VAR. Faltavam pito minutos para o final e a Inglaterra voltava a ter o empate à distância ed onze metros. Harrry Kane voltou a posicionar-se na linha de tiro, fez-se silêncio, mas, desta vez, o avançado dos Spurs, que podia ultrapassar a marca de Rooney, atirou para as nuvens.

Um lance que abalou visivelmente a equipa inglesa que, apesar de nunca ter baixado os braços, perdeu discernimento diante de uma França que estava cada vez mais empenhada em não deixar escapar a curta vantagem que lhe abria as portas das meias-finais.

Já em tempo de compensação, Maguire ainda arrancou um livre frontal. Os corações ingleses voltaram a abrandar, mas Rashford atirou por cima da barra.

Será mesmo a França a medir forças com o sensacional Marrocos que, depois de ter deixado pelo caminho a Bélgica, Espanha e Portugal, vai agora defrontar os detentores do título.