Para chegar aos oitavos de final do Mundial feminino, Portugal precisa de bater na terça-feira a congénere dos Estados Unidos, nada mais nada menos do que a bicampeã em título.

Apesar das dificuldades óbvias que as comandadas de Francisco Neto vão enfrentar, Kika Nazareth vincou que é preciso acreditar.

«Chegamos ao último jogo a depender só de nós e foi isso que nos foi pedido. Temos os Estados Unidos pela frente, o campeão das duas últimas edições, que não perde há não sei quantos anos [desde 2011] numa fase final, mas também acho que temos vindo a fazer um bom trabalho», afirmou a atacante.

Acreditar e, sobretudo, trabalhar. Foi este o mote dado pela mais jovem portuguesa de sempre a marcar em fases finais de campeonatos do Mundo.

«Temos noção daquilo que nos espera, mas estamos focadas em nós, o que é muito importante. Entrar em campo a respeitar, com humildade, mas com caráter e personalidade. O trabalho vai estar lá, o talento está lá. E acho que também é sempre preciso um bocadinho de sorte. É acreditar. Vamos entrar em campo como se fosse o jogo das nossas vidas», garantiu.

Para que Portugal tenha sucesso contra uma das maiores potências do futebol feminino mundial, é preciso eficácia no ataque e errar o menos possível, avisou a jogadora do Benfica. «Temos de aproveitar ao máximo todas as oportunidades que conseguirmos ter. É jogar à Portugal. Seja uma, duas ou três oportunidades, assim que estivermos frente à baliza - com o Vietname aconteceu várias vezes, mas só concretizámos duas - não podemos errar. Sempre que tivermos oportunidades, é conseguir concretizá-las, mas, antes, há muito trabalho a fazer, há 100 metros de campo para percorrer.»

Considerada uma das jovem jogadores lusas mais promissoras, Kika Nazareth realçou o patamar que ela e outras futebolistas nacionais já atingiram e mostrou-se otimista quando a futuro. «Eu acho que nem eu própria tenho noção do patamar em que já chegámos. Falo de mim e falo da equipa toda (... ) É fruto do que eu, e neste caso o Benfica, mas sobretudo a seleção, tem vindo a fazer, e a federação. Se eu quiser, e se tudo correr bem, também terei um futuro risonho pela frente», disse.

«Temos a noção de que estamos numa montra. Os olhos estão postos em nós, mas é neste momento. É este momento que nós estamos a viver, não é o que aí vem. Mais importante do que pensar no futuro é pensar nestes próximos dois/três dias, é pensar no próximo jogo, é pensar no Mundial e não no que vem a seguir. Acho que ao mínimo deslize de foco as coisas podem... Nós não temos esta oportunidade todos os dias, por isso acho que o mais importante é focar no próximo jogo, focar no Mundial e depois logo se vê», concluiu.