A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Polícia do Rio de Janeiro culparam-se mutuamente pelas cenas de violência ocorridas antes do Brasil-Argentina, jogo da zona sul-americana de qualificação para o Mundial 2026.

A CBF refere, numa nota, que informou antecipadamente sobre todos os detalhes de segurança para a partida e não recebeu nenhum recomendação, a polícia garante que só soube na última quinta-feira que os adeptos das duas seleções iriam partilhar as bancadas, em vez de estarem separados, como recomendariam todas as regras básicas de segurança.

Por seu turno, a Polícia Militar do Rio de Janeiro emitiu um comunicado em que esclarece que só foi informada na quinta-feira de que os adeptos das duas seleções iriam partilhar as bancadas, numa altura em que os bilhetes já estavam esgotados, inviabilizando que a situação fosse devidamente corrigida.

«A segurança nas bancadas ficou a cargo de uma empresa especializada contratada pela CBF. Seguindo protocolos próprios, a CBF decidiu proceder à venda de bilhetes sem seguir um critério de quotas para os adeptos dos dois países e, mais grave ainda, sem delimitar espaços nos setores de cada adepto», sublinhou a força de segurança.

Por seu lado, a CBF defendeu-se alegando que, por determinação da FIFA, nos jogos entre seleções não há divisões nas bancadas para adeptos, facto que «sempre foi do conhecimento da polícia e demais autoridades públicas».

O «Superclássico das Américas» entre Brasil e Argentina começou com cerca de trinta minutos de atraso devido aos confrontos entre adeptos argentinos e brasileiros na bancada sul do Estádio Maracanã, os quais tomaram uma dimensão agravada na sequência da intervenção da polícia, que reprimiu os adeptos visitantes.

Em consequência dos tumultos, dois adeptos tiveram que ser hospitalizados com hematomas na cabeça e oito argentinos foram presos, acusados de terem provocado os incidentes e por desacatos à autoridade policial.

A Argentina acabou por vencer o jogo por 1-0 graças a um golo de Otamendi.