A carta oficial de intenção à organização do Mundial2030 foi apresentada pelas federações portuguesa (FPF), espanhola (RFEF) e marroquina (FRMF) este sábado, em Rabat, cumprindo um dos requisitos do processo de candidatura.

Dez dias depois de terem estado reunidos na Cidade do Fuebol, os presidentes Fernando Gomes, da FPF, Pedro Rocha, da RFEF, e Fouzi Lekjaa, da FRMF, formalizaram a assinatura do documento, numa cerimónia decorrida no Complexo Mohammed V.

«A confiança é a base das parcerias longas. Esta carta representa o nosso compromisso com a FIFA e a nossa vontade de organizar o Mundial, mas representa igualmente o compromisso que cada um de nós assume em trabalhar em conjunto de forma a cumprir aquilo que todos desejamos: proporcionar em 2030 um Mundial que perdure na memória de todos como algo único e inspirador», sublinhou Fernando Gomes, durante o discurso. 

A apresentação da carta oficial de intenção é o primeiro passo formal para a candidatura conjunta de Portugal, Espanha e Marrocos, que juntará pela primeira vez países de dois continentes e já tinha sido declarada como a única elegível pela FIFA no início deste mês.

«A decisão tomada pela FIFA honra a nossa história, reconhece a nossa capacidade de organização, premeia a ousadia de uma candidatura diversa e multicultural e reconhece uma paixão pelo futebol transversal aos três países», disse o líder da FPF.

O Campeonato do Mundo vai passar por seis países, uma vez que a Argentina, o Paraguai e o Uruguai vão receber três jogos como comemoração do centenário da prova. O presidente da FPF considerou que este torneio «vai marcar uma mudança de paradigma no futuro da competição».

«2030 vai ser muito mais do que a celebração de uma efeméride do passado. O nosso Mundial, por ambição e competência das três federações, vai marcar uma mudança de paradigma no futuro da competição. É esse o nosso desafio», indicou.

A única organização conjunta de um Campeonato do Mundo foi feita pela Coreia do Sul e Japão, em 2002, sendo que a próxima edição, que está agendada para 2026, vai ser a primeira a envolver três países, entre Canadá, México e Estados Unidos.

«2030 vai ser mais futuro do que passado. Vamos inovar e vamos organizar um evento global verdadeiramente sustentável, não com um cunho meramente reputacional ou de comunicação, mas com um propósito. Deixaremos um legado pelas práticas que vamos implementar e pelas experiências proporcionadas, mas também pelas infraestruturas e modernidade dos estádios que vamos oferecer a todos os que nos visitarem», salientou. 

Fernando Gomes adiantou ainda que «dentro de alguns meses» irá ser apresentado «o dossiê de candidatura, documento que será «a base de todo este projeto». 

Portugal estreia-se na organização de Mundiais, após já ter recebido o Europeu de 2004, enquanto a Espanha organizou o Euro1964 e o Mundial1982, com Marrocos a acolher unicamente a Taça das Nações Africanas (CAN) em 1988, estatuto que repete em 2025.