O Estádio Internacional de Yokohama, no Japão, foi esta quinta-feira palco da apresentação oficial da bola de futebol inteligente (a do chip), bem como da tecnologia associada, perante a estupefacção, ainda que aprovadora, segundo a FIFA, da comunicação social convidada para a cerimónia.
A revelação começou logo à entrada da sala, onde um modelo da bola cortado a meio e uma versão transparente, que mostrava os 12 pontos de suspensão que fixam o chip no centro, arrecadaram as primeiras atenções. Gunter Pfau, responsável da FIFA e da UEFA junto da Adidas, e Christian Holzer, director da Cairos Technologies, foram os anfitriões.
«O objectivo desta tecnologia não é mais do que ajudar os jogadores a melhorarem os seus desempenhos. É fácil culpar os árbitros, mas ajudá-los é frequentemente uma tarefa delicada. Estamos a tentar dar-lhes esse apoio, actuando segundo as exigências do International Board [organismo que determina as leis do futebol], ou seja, tecnologia restrita à linha de golo, 100 por cento fiável, que transmita a informação imediatamente ao árbitro e apenas em jogos oficiais. Temos trabalhado arduamente desde os primeiros testes no Peru, em 2005 [Mundial de sub-17] e estamos muito satisfeitos com os resultados até à data», explicou Gunter Pfau.
Ao contrário da tecnologia inicial, que consistia na colocação de vários sensores à volta do relvado, a nova bola possui uma logística muito mais simples. «Finos cabos [dois milímetros de diâmetro] são estendidos no terreno a uma profundidade de 15/20 centímetros a toda a volta da zona de golo. Isso cria um campo magnético que envia a informação para o chip inserido na bola. Quando a bola atravessa a linha, a mensagem «golo» aparece nos relógios dos quatro árbitros oficiais», esclareceu Christian Holzer, que assegurou que o sistema demora apenas um dia a instalar.
Todos os cenários possíveis foram equacionados durante rigorosos testes, como, por exemplo, a impossibilidade de danificar o chip mediante a força com que a bola for chutada; ou o facto de a mensagem enviada para os árbitros estar encriptada, para prevenir interferências externas. A nova bola está presentemente a ser testada no Mundial de Clubes, que decorre no Japão [Milan e Boca Juniors na final] e até agora não foram reportados erros.
«Quando as equipas chegaram ao Japão entregámos-lhes 40 bolas cada. 25 eram normais e 15 continham o famoso chip, algumas com ele activado e outras não. Os jogadores não conseguiram detectar a diferença», garantiu o director da Cairos Technologies.
Depois de testar o peso e o equilíbrio da bola inteligente, a FIFA deu o seu aval e os resultados dos testes que decorrem, ainda, no Japão [Mundial de Clubes] serão transmitidos ao International Board para apreciação na próxima reunião, em Março de 2008.