Primeiro a forma como bailou perante duas adversárias, depois o discernimento para se enquadrar com a baliza, e por último a finalização mágica que desencantou para colocar a Colômbia a vencer a Alemanha.

Nada disto engana: Linda Caicedo é um prodígio.

Mas não é de agora.

Logo em criança, rejeitou uma boneca como presente de natal do pai. Quis antes uma bola de futebol e umas chuteiras, e logo aí marcava uma posição para o futiro.

Começou a jogar com quatro anos, e dez anos depois, com apenas 14 primaveras, foi a melhor marcadora do campeonato colombiana. Sim, aos 14 anos.

A jovem estava destinada ao sucesso, mesmo quando sofreu um duro revés, pouco antes da pandemia da covid-19: foi-lhe diagnosticado cancro dos ovários.

Linda superou o problema como quem dribla adversárias alemãs no Campeonato do Mundo e saiu a jogar. «Felizmente superei isso e estou bem agora. Mas não foi fácil», confessou em entrevista ao The Guardian, quando assinou pelo Real Madrid, no dia do 18.º aniversário.

É o maior talento do futebol feminino colombiano, e foi aliás a única cafetera a figurar na lista das 100 melhores jogadoras do mundo em 2023, elaborada pelo The Guardian: ficou na 74.ª posição.

Isto, repetimos, enquanto tem apenas 18 anos e já joga num dos melhores clubes do mundo. E num dia em que Caicedo abriu a vitória histórica frente à Alemanha com o melhor golo do Mundial 2023 até ao momento.

Este perfil foi escrito no âmbito da Guardian Experts' Network, que tem o Maisfutebol como representante português.