* com Nuno Travassos

Rafa Soares estará na Nova Zelândia para ser uma das opções na lateral-esquerda da Seleção Sub-20 no Campeonato do Mundo da categoria, mas no próximo mês poderia estar na República Checa a representar Portugal no Europeu Sub-21 - uma vez que ganhou minutos e experiência nos últimos jogos da equipa de Rui Jorge.

Ele que é uma das esperanças nesta posição, na qual Portugal nos últimos tempos tem encontrado vários jogadores - Raphael Guerreiro, Tiago Gomes e Tiago Pinto - depois de anos sem muitas opções, encara o regresso aos Sub-20 como positivo.

«Desilusão? Não. É um orgulho imenso representar Portugal, quer seja nos Sub-20 ou 21. Estou aqui, com orgulho, e quero ajudar Portugal a ir o mais longe possível», começou por dizer o jogador do FC Porto B ao Maisfutebol.

Até porque, alertado para esse facto, sabe que se tudo continuar a correr bem e que o futuro próximo passa por ser presença assídua nos Sub-21.

«Não estou a perder nada que não possa viver no futuro. Etapa a etapa. Tenho 20 anos, estou na Seleção Sub-20. E quando tiver 21, por exemplo, se Portugal se qualificar para os Jogos Olímpicos, poderei ser um dos convocados.»

Por isso, Rafa está de corpo e alma nesta Seleção e com a mesma responsabilidade que todos os outros convocados.

«Somos todos profissionais. Eu e o Rony já estivemos nos Sub-21 e poderíamos não estar aqui, mas estamos. Isso não faz de mim e dele melhores ou piores e não exige mais de nós. Todos temos as mesmas responsabilidades: dar o máximo e levar Portugal o mais longe possível, como no Euro.»

Com esse pensamento, individualizando, Rafa quer jogar: «Estou aqui para isso. Espero jogar muitos minutos e ajudar a equipa a conseguir, primeiro, a vitória nos jogos do grupo e, depois, ir de eliminatória em eliminatória.»



Ainda assim, o defesa esquerdo sabe das dificuldades. «É um grupo muito forte. Um dos mais fortes do Mundial. Esperam-nos três jogos muito complicados frente a Senegal, Colômbia e Qatar.»

E o facto de seleções europeias como Espanha, Itália e França terem ficado de fora… ajudará após a primeira fase da prova? «Não. Nem sabemos se nos calhariam. Se não estão presentes na competição é porque não mereciam estar, não fizeram por isso.»

No entanto, apesar de elogiar «as seleções sul-americanas, que tantos jogadores de topo têm dado a clubes portugueses e da Europa», Rafa acredita que Alemanha, Áustria e Sérvia, a par de Portugal, que foram as equipas das meias-finais do Europeu Sub-19, «também têm as suas possibilidades».

Focado apenas na equipa das Quinas, Rafa deixou escapar, contudo, que no regresso à rotina de clubes gostaria de «representar o clube do coração ao mais alto nível», mas que, nestas idades, um empréstimo também não é um passo atrás.

«O melhor, para crescer com todas as exigências, passa por representar uma equipa A. O desejo é sempre o de um clube grande, mais ainda se já fazemos parte dele, mas, por vezes, jogar noutras equipas das principais ligas também nos ajuda a crescer e a chegar mais preparados aos clubes de topo.»