*com Nuno Travassos
 
Tiago Sá é um dos três guarda-redes escolhidos por Hélio Sousa para defender a baliza de Portugal no Mundial Sub-20 que vai decorrer entre 30 deste mês e 20 de junho na Nova Zelândia. O jogador do Sp. Braga B é o guardião mais internacional do trio (21), destacando-se de André Moreira (10) e Guilherme Oliveira (5).

O jovem internacional português começou a jogar aos sete anos, mas antes do futebol se tornar a profissão de sonho, o plano passava por seguir as pisadas do pai. Um caminho que também exige boas mãos.

«O meu pai trabalha no ramo da construção civil, por isso eu podia ter seguido por aí. Às vezes, na brincadeira, ajudava-o. Ia com ele para saber o que fazia e gostava. Mas o futebol começou a ficar sério na minha vida.»

Ainda assim, o guardião não descarta essa hipótese: «Ninguém sabe. Mas o futuro, depois de deixar de jogar, deve passar pelo futebol na mesma. Gostava que assim fosse. Estou a tirar Relações Internacionais na Universidade do Minho, depois de tirar Economia no secundário.»

Tiago Sá já fala no futuro, mas não se preocupa com ele: «Primeiro, tenho de lutar pela minha carreia de futebolista e depois logo vejo.»

Até porque, ainda que queira muito acabar a licenciatura, o guarda-redes tem de fazer as coisas com calma devido ao futebol. «Só fiz duas cadeiras de seis, pois não é fácil de conciliar. Os treinos e as aulas são à mesma hora», justificou ao Maisfutebol.

Mas, agora, é altura de só pensar no Mundial Sub-20, ainda que Tiago Sá tenha admitido que o próximo passo seja chegar «à equipa principal do Sp. Braga» e, um dia, fazer outro tipo de internacionalização: «Gostava de jogar num bom clube lá fora.»



No imediato, na Nova Zelândia, Tiago Sá quer «jogar e fazer um bom Mundial, tanto a nível individual, como coletivo, de forma a levar o nome de Portugal o mais longe possível» e tentar, claro, revalidar o título de Mika no Campeonato de 2011: ser o melhor guarda-redes.

Esse desejo «passa certamente por qualquer guarda-redes presente na competição», mas este guarda-redes até começou a jogar noutra posição.

«Quando entrei para o Sp. Braga jogava na frente. Só que não havia guarda-redes, íamos todos à baliza à vez, até que chegou a minha e gostei. Não me arrependo. Comecei a aprender e, quando assim é, vamos gostando ainda mais.»

O guarda-redes justificou, no entanto, que esta pode ser uma posição mais ingrata, claro: «Se outro jogador falhar e a seguir fizer golo, tudo bem. Nós, se falhamos, é golo da equipa adversária e cai tudo sobre nós. Mas os avançados também falham golos de baliza aberta…»

E, em jeito de conclusão, Tiago Sá até admitiu: «Já dei alguns frangos, mas, quando isso acontece, não podemos pensar mais no lance. Se sofremos um golo aos 10 minutos, ainda temos 80 e ainda podemos ser heróis. Se formos fortes mentalmente conseguimos fazer isso.»


<i>Fotografias: <b>FPF</b></i>