* com Maria Gomes de Andrade

A capitanear a seleção portuguesa no Mundial de sub-20 vai estar um jogador de apelido polaco mas coração lusitano.  As raízes paternas continuam a tentar agarrar Tomás Podstawski, mas o médio do FC Porto vai resistindo, e com a braçadeira das quinas.
 
«A federação polaca já entrou em contacto comigo, mas eu sinto-me português. Nasci em Portugal, os meus amigos são portugueses, a minha língua materna é o português. Sinto um carinho especial pela Polónia, pois tenho família lá e até falo fluentemente polaco. Eles não desistiram, e enquanto for possível vão continuar a aliciar-me, até porque represento um clube grande, mas os meus objetivos passam por continuar na seleção portuguesa», garante o jogador, em entrevista ao Maisfutebol.
 
Podstawski admite que ser o capitão «dá uma responsabilidader acrescida», mas diz também que a experiência tem sido positiva. «Com a ajuda dos colegas a missão fica mais fácil», acrescenta.
 
O primeiro objetivo de Portugal no Campeonato do Mundo é passar a fase de grupos, mas o capitão reconhece que existem outras metas na cabeça dos jogadores: «Todos sonham ser campeões do mundo, e se não formos para campo com esse pensamento não somos jogadores com aspirações. Mas sabemos que é uma competição difícil, uma oportunidade única, e queremos mostrar que a nossa geração tem muito potencial.»
 
Jogador do FC Porto desde os 13 anos, Podstawski diz que «é muito difícil um jogador de 19 ou 20 anos entrar na equipa principal, mas é possível». «Cada vez têm surgido mais oportunidades, embora escassas. Há que aproveitar quando isso acontecer», antecipa.
 
Em fevereiro de 2012 o médio chegou a ser convocado para a equipa principal, quando o treinador era Vítor Pereira, a propósito de uma visita ao Manchester City, para os 16 avos da Liga Europa. Podstawski não chegou a jogar na ocasião e na verdade espera ainda pela estreia na equipa principal, três anos depois.
 
«Ainda não me estreei mas as portas estão sempre abertas e quando a oportunidade surgir vou tentar agarrar com o máximo das minhas capacidades», promete.
 
«Aquilo que traço não é aquilo que acontece, muitas vezes. Mas estou contente com aquilo que tenho conquistado. Sei que é difícil chegar à equipa principal de um clube como o FC Porto. Na equipa B tenho tido espaço para competir a um nível superior, e tenho estado contente também com o trajeto nas seleções. Estou contente até agora, mas sempre com a visão de atingir patamares superiores», diz o jogador, que recentemente voltou a Manchester para disputar a final da Premier League International Cup, jogo em que o FC Porto foi derrotado pelo City.
 
«Na final lembrei-me dessa experiência na equipa principal. Foi fantástico e vou recordá-la o resto da vida», admite.
 
Paralelamente à carreira de futebolista, Tomás Podstawski foi construindo um percurso notável também a nível escolar, com notas de excelência. Nesta altura é aluno de Relações Internacionais na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
 
«Tenho feito algumas cadeiras, mas é difícil conciliar. O meu primeiro plano será sempre o futebol, mas tenho um plano B, e gosto de pertencer a um mundo que não o futebol, fugir um pouco à rotina. Vou fazendo devagarinho, dentro do possível. O primeiro objetivo é singrar no futebol», reconhece.