O selecionador nacional não tem problemas em assumir ligeiro favoritismo de Portugal para o duelo com a Suíça, a «final» do Grupo B da zona europeia de apuramento para o Mundial2018.

«Portugal tem de assumir algum favoritismo, o que é perfeitamente normal, por jogar em casa», começou por dizer Fernando Santos, em conferência de imprensa.

«A Suíça também vai ter um grande contingente de adeptos, mais de cinco mil, mas acredito que o povo português vai dar uma resposta fortíssima aqui no estádio e empurrar a equipa nos momentos menos positivos. Em casa temos sempre de assumir um ligeiro favoritismo», acrescentou Fernando Santos.

O Estádio da Luz tem "apadrinhado" algumas festas da equipa das quinas, mas Fernando Santos, mesmo sendo um homem de fé, como se sabe, não quer a equipa agarrada a crenças: «Não podemos viver de talismãs, temos de ser melhores do que a Suíça.»

Inabalável é a confiança que Fernando Santos deposita na equipa, de olhos postos no Mundial.

«Mantenho essa convicção. As afirmações, quando se produzem, é por convicção. Não é por sermos mágicos. Acredito no carácter dos meus jogadores, na capacidade, no espírito competitivo. Parecia claro para mim que este jogo seria decisivo. É um adversário fortíssimo, que está a fazer uma qualificação brutal. Tivemos um desaire no primeiro jogo e queremos inverter este ciclo. Espero que fique tudo igual e que Portugal siga em frente, mas sabemos as dificuldades do jogo», afirmou o selecionador.

«A Suíça é uma equipa de grande qualidade, e já o mostrou também no Europeu. Fez uma fase de grupos muito boa e depois caiu nos penáltis, na lotaria, diante da Polónia. Têm um misto de jogadores experientes e outros com 24 ou 25 anos, que jogam juntos há muito tempo. Tem dois resultados favoráveis e nós apenas um, e é atrás desse que vamos. Teremos de ser uma equipa com cabeça, com rigor, mas também com confiança na capacidade dos jogadores», acrescentou.

A Suíça parte para esta última jornada com três pontos de vantagem, e por isso precisa apenas de um empate na Luz. Portugal está obrigado a ganhar, mas Fernando Santos não abdica da organização.

«A Seleção vai apresentar-se como sempre. Para ganhar jogos tem de se jogar bem, sempre disse isso. É isso que vamos fazer, com rigor e organização. Não podemos entrar sem cabeça, a pensar que vai cair o Carmo e a Trindade. Sem organização e sem cabeça dificilmente ganharíamos o jogo. Vamos ser a equipa competente que temos sido. A pressionar a Suíça, como é óbvio, mas sempre com organização, factor-chave neste jogo», analisou Fernando Santos, que não quis entrar numa análise detalhada ao adversário. 

«Vou deixar isso para os meus jogadores», respondeu o selecionador, que no entanto não acredita que «a Suíça vá desvirtuar a sua forma de jogar, que já tem há muito tempo».

Em jeito de balanço do apuramento, antes desta «final», Fernando Santos disse que após a vitória da Suíça na Hungria pensou que seria difícil a equipa helvética perder mais pontos até à visita a Portugal.

O selecionador não esperava era perder o primeiro jogo, na Suíça, logo após a conquista do título europeu, mas lembrou agora que esse feito «não dá estatuto para os jogos seguintes». «O estatuto que dá é sermos campeões europeus. Já não podemos dizer que nunca fomos. Já ganhámos. Mas também dá responsabilidade. E como digo sempre do outro estão onze jogadores, uma equipa, um treinador, que dão sempre o melhor.», finalizou.