É a primeira vez que o Irão participa em dois Campeonatos do Mundo seguidos e, depois de uma prestação relativamente aceitável no Brasil 2014, a Team Melli procura um sonho maior na Rússia.

«O Irão evoluiu», disse o selecionador Carlos Queiroz. «Com a experiência do Brasil e com vários jogadores que se mudaram desde então para a Europa, tornámo-nos mais sólidos e competitivos. Queremos passar à segunda fase, mas isso vai obviamente ser muito difícil.»

Há quatro anos, a equipa de Queiroz jogou futebol reativo, baseado numa linha defensiva recuada e rápidos contra-ataques num sistema de 4x2x3x1, mas para chegar aos oitavos de final precisa de um estilo mais ofensivo, que tem mostrado nos últimos particulares de preparação, em 4x1x4x1.

O Irão tem avançados em melhor forma do que há quatro anos e isso pode ajudar Queiroz com os seus planos táticos. Além de Sardar Azmoun, que está a regressar à forma que chamou a atenção de muitos clubes na Europa, Alireza Jahanbakhsh foi o melhor marcador do campeonato holandês, Karim Ansarifard foi o segundo melhor marcador na Grécia, Kaveh Rezaei também ficou entre os maiores goleadores na Bélgica e Saman Ghoddos teve uma época brilhante com os suecos do Ostersunds.

Mas noutras posições o treinador português tem problemas sérios. O jogador que é a sua primeira escolha para médio defensivo, Saeed Ezatolahi, está suspenso para o jogo crucial com Marrocos e Queiroz procura um substituto, mas parece que nenhuma das outras opções o convenceu por completo.

Outra grande preocupação para Queiroz está no centro da defesa. Nos últimos anos Morteza Pouraliganji e Jalal Hosseini têm sido os centrais de confiança, mas parece que Queiroz prefere recorrer a outro jogador ao lado de Pouraliganji no Mundial. Na lateral-esquerda, Milad Mohammadi sabe que o seu lugar está garantido, mas no lado direito Voria Ghafouri e Ramin Rezaeian competem para consolidar um lugar no onze inicial.

Alireza Beiranvand, com os seus 12 jogos sem sofrer golos no apuramento, é o guarda-redes número 1 da Team Melli, mas a sua forma titubeante esta época tem sido um pouco preocupante. No entanto, a principal preocupação de Queiroz nos últimos meses foi a preparação física dos seus jogadores no Irão. Ele falou disso em várias entrevistas. «Os jogadores que jogam no Irão não estão de todo prontos, precisam de 40 dias de preparação para atingir nível de Campeonato do Mundo», disse.

Provável onze inicial

É sempre difícil prever o que fará Queiroz, que muda com frequência a equipa na tentativa de aproveitar os jogadores em melhor forma. O seu onze inicial nunca é previsível.

Que jogador vai surpreender toda a gente no Mundial?

Mehdi Taremi. Apesar das polémicas fora de campo, é um talento único, com grande capacidade para criar oportunidades de golo para si próprio e para os companheiros. Para muitos, Sardar Azmoun ou Alireza Jahanbakhsh são as estrelas do Irão, mas Taremi pode ser a arma secreta de Queiroz.

Qual o jogador com mais probabilidades de desiludir?

Ramin Rezaeian. Ele mudou-se para o Campeonato belga para consolidar o seu lugar no onze inicial do Irão, mas teve uma época dececionante. Não tem uma personalidade forte e se lhe for dada a titularidade, pode ser uma desilusão.

Qual a expectativa realista para o Irão no Mundial 2018?

A expectativa realista do Irão é ganhar um ou dos pontos na fase de grupos. Um empate frente a Marrocos – e talvez Portugal – e uma derrota por diferença curta frente à Espanha. Esses resultados significariam a eliminação, mas seriam aceitáveis para os adeptos iranianos.

Texto: Behnam Jafarzadeh/Varzesh3.com