* Por André de Sousa Martins

Um golo de Mário Rondon, ainda na primeira parte, valeu ao Nacional da Madeira a primeira vitória caseira da temporada. No regresso do público à Choupana os insulares foram melhores durante grande parte do tempo, mas também contaram com uma grande exibição de Gottardi cuja exibição valeu o primeiro jogo sem golos sofridos.

Manuel Machado apostou em duas novas fichas para a receção à Académica e viu, seguramente, o melhor Nacional da época a jogar na Choupana. Zainadine Júnior a fechar o lado direito da defesa é outra loiça e João Aurélio acrescentou a dinâmica e rotação ao meio campo que faltara diante do Arouca.

Foi, inclusivamente, num lance de categoria do internacional moçambicano, que deixou dois estudantes pregados ao relvado, que o Nacional chegou à vantagem confirmada por Mário Rondon (32 min). Uma estreia de sonho para Zainadine que se tornou numa espécie de abre-lata improvável.

A boa prestação dos madeireses coincidiu com o regresso do público à Choupana que nem teve que esperar muito para perceber as intenções da equipa. Logo na saída de jogo, num lance de laboratório, Candeias ganhou a linha de fundo e cruzou para o coração da área, onde esta Mário Rondon, valendo aos academistas um corte providencial de Aníbal Capela a tirar o pão da boca ao venezuelano.

Os primeiros minutos foram difícies para os estudantes que passaram muito tempo em casa, leia-se no meio campo defensivo, com muitas dificuldades para esticar o jogo. Sérgio Conceição entrou em campo, corrigiu posicionamentos e a voltou ao jogo.

A resposta saiu, ainda assim, de uma bola parada superiormente cobrada por Ivanildo que proporcionou a fotografia da tarde a Gottardi. Foi o melhor momento da briosa durante os primeiros 45 minutos, que se ficou apenas pelas intenções.

O afastamento das balizas não foi sintoma apenas da Académica. O Nacional, embora com maior ascendente, também só voltou a fazer os adeptos levantarem da bancada em mais uma ocasião: remate de Mateus para defesa atenta de Ricardo. Foram, de resto, as únicas vezes em que os guarda redes sujaram os equipamentos.

O inimigo chamado Ivanildo

A segunda parte começou a papel químico da primeira, com uma boa oportunidade para o Nacional. Marçal cruzou para o desvio de Mexer que não encontrou Mateus à boca da baliza para desviar (50 min).

Sérgio Conceição não gostava do que via, voltou a mexer e os estudantes melhoraram. Ao ponto de criarem duas situações de golo eminente no espaço de três minutos. Mais do que haviam feito nos primeiros 45 minutos. Ivanildo, sempre ele, de pé direito, a provocar nova estirada a Gottardi (62 min). Pouco depois o extremo da briosa encontrou Buval no coração da área, mas o francês não teve cabeça para o empate (65 min).

O Nacional sentiu o perigo e demorou algum tempo a reagir. Mas quando o fez esteve perto do segundo, numa jogada de Mário Rondon a oferecer o golo a Candeias, mas a cabeçada do extremo embateu no poste.

Com o aproximar do final do encontro, a briosa cresceu no jogo e Gottardi foi novamente obrigado a trancar a baliza depois de uma cabeçada de Buval (81 min). A partir daqui jogou-se mais com o coração do que com a cabeça e Rafa ainda aplicou uma trivela que levava o selo de golo, não fosse uma brilhante intervenção de Ricardo (88 min).

Em cima do apito a bola ainda entrou na baliza insular, mas o auxiliar de Vasco Santos assinalou fora de jogo a Buval. O Nacional venceu, mas sofreu a bom sofrer para conquistar a primeira vitória caseira da época.