O Belenenses sabia que não dependia só de si para qualificar-se para a Taça Intertoto e, depois de uma primeira parte muito apagada, os homens de Jorge Jesus, que estiveram em desvantagem, fizeram pela vida e obtiveram um triunfo merecido. Mas a vitória teve um sabor amargo, já que o Sp. Braga acabou por estragar a possibilidade de festa dos poucos adeptos do Restelo na Choupana. O Nacional terminou a temporada com mais um desaire e a mostrar que as férias chegam em boa altura.
O Nacional venceu no Dragão actuando em 5x3x2 e Jokanovic, que não podia contar com Alonso, por castigo, apostou no mesmo sistema e lançou Pateiro na esquerda da defesa. No Belenenses, Jorge Jesus deixou Rodrigo Alvim no banco e cedeu o lugar a Areias.
Os azuis estavam obrigados a vencer para poderem sonhar com o sétimo lugar e a consequente escorregadela do Sp. Braga, mas para quem tanto precisava pouco mostrou, embora tendo mais posse de bola. Os madeirenses, por outro lado, foram apanhados demasiadas vezes em fora-de-jogo (8), seis com Coentrão.
Foi, contudo, uma partida monótona e sem grandes motivos de interesse (25 faltas apitou Paulo Baptista na primeira parte). Quanto a perigo, aos 14 minutos, Pateiro cruzou rasteiro para a área, mas tanto Coentrão como Edson não conseguem acertar na baliza de Júlio César, primeiro por culpa do Edson dos visitantes e depois do guarda-redes.
Um alerta que obrigou o Belenenses a assumir o domínio, porém, sem grande perigo para Bracalli. Silas e Ruben Amorim aos 22 minutos ainda assustaram e até ao intervalo Coentrão, após boa assistência de Edson, rematou ao lado.
Recomeço animado
O intervalo foi proveitoso, pois em pouco mais de dois minutos quem esteve na Choupana assistiu a dois golos de uma assentada. Primeiro marcou o Nacional, com Coentrão, assistido por Rodrigo, a realizar um bom trabalho individual e a rematar rasteiro e a bater Júlio César.
Mas os locais mal puderam festejar. No minuto seguinte, uma bola discutida entre Cardozo e Weldon acabou dentro da baliza de Bracalli. Estava feita a igualdade. Sabendo que o Sp. Braga estava a perder, os pupilos de Jesus, mais afoitos, chegaram ao 2-1 por intermédio de João Paulo Oliveira, que não perdoou um bom cruzamento de Rafael Bastos, ao minuto 57.
Expulsão de Patacas
Jokanovic mexeu de imediato na equipa, retirando Rodrigo e Pateiro, para lançar Juninho e Adriano. Só que o treinador não esperava o que se seguiria, com Patacas a ver o cartão vermelho direito a 30 minutos do fim. O capitão fez falta sobre Fernando e Paulo Baptista não perdoou... os protestos. Se as contas do Nacional estavam complicadas, mais difíceis ficaram.
Juninho desperdiça
Juninho, que entrou bem no desafio, ainda teve um bom remate ao 80 minutos, na cobrança de um livre directo, mas Júlio César mostrou atenção e defendeu. O mesmo jogador, num remate de longe, ainda assustou o Belenenses, mas a bola saiu ligeiramente ao lado. Já perto do final, foi a vez de Bracalli brilhar na baliza contrária, ao desviar um bom cabeceamento de Weldon.
Na resposta, Juninho fez tudo bem, bateu os defesas azuis, mas no momento de rematar atirou com demasiada força. Já em tempo de descontos, no derradeiro lance, após um livre de Juliano, Juninho ainda introduziu a bola dentro da baliza do Belenenses, mas o auxiliar de Paulo Baptista tinha já assinalado fora-de-jogo (o 13º do Nacional).
Ponto final de uma partida que melhorou de qualidade no segundo tempo, mas que teve poucos motivos de interesse. O Belenenses foi mais eficaz e acabou por vencer, beneficiando também do facto de o Nacional ter ficado reduzido a dez unidades desde os 60 minutos.