O frio que enregelava os ossos, que se fazia sentir no estádio da Madeira, não foi suficiente para dissuadir os adeptos de ali se deslocaram para assistir a esta partida de vital importância para as aspirações de ambas as equipas, no que ao apuramento nesta fase de grupos da Taça da Liga diz respeito.

Perante um bonita moldura humana, pese embora o estádio não estivesse cheio, Benfica e Nacional entraram a todo o gás na partida, com os encarnadas a assumirem claramente uma atitude mais ofensiva, perante o (normal) cariz defensivo dos alvi-negros, na expetativa de numa transição poder ser lançado um perigoso contra-ataque.

Logo aos cinco minutos, Lima deixou o primeiro aviso, fazendo a bola passar perto da quina do travessão, depois de superiormente servido na esquerda por Sulejmani. Volvidos somente quatro minutos, Sulejmani haveria de ser novamente protagonista, ao não acertar nas melhores condições na bola quando estava cara a cara com Gottardi, depois de excelente trabalho entre Siqueira e Gaitan pela ala esquerda.

Se parecia que o Benfica encostava o Nacional às cordas, depressa o conjunto de Manuel Machado disse presente e colocou a defensiva encarnada em sentido, quando Marçal, aos 13 minutos, descobriu com mestria Rondon no coração da área, que de cabeça atirou de cima para baixo, mas sem a esquadria necessária para acertar na baliza à guarda de Oblak.

O lance foi como um renovar de energias para os insulares que equilibraram a contenda e começaram a chegar mais vezes junto da área encarnada, embora sem conseguir importunar o esloveno que na Madeira foi titular das águias, exceção feita a uma desatenção de Fejsa, que se deixou desarmar por Candeias e permitiu que este cruzasse para Lucas João, valendo ao grego a má pontaria do avançado português para evitar maiores consequências.

Não se jogava com mestria, mas em noite invernosa o espetáculo estava quente, acabando por ser numa altura em que a toada era de toma lá dá cá, embora sem trabalho para ambos os guardiões, que o Benfica haveria de chegar ao golo, depois de um cruzamento de Gaitan que Mexer, grande patrão da defensiva alvi-negra até ao fatídico minuto 31, haveria de cortar na pior direcção possível, fazendo com que o esférico se anichasse no fundo da baliza à guarda de Gottardi, numa altura em que o brasileiro não tinha executado uma única defesa.

Curiosamente, o golo não trouxe o efeito desejado e nenhuma das equipas se espevitou. Antes pelo contrário, um certo marasmo abateu-se sobre as quatro linhas, como que se ambas estivessem satisfeitas com o que havia ocorrido até ao momento, pelo que o jogo arrastou-se até ao intervalo sem grande motivo de interesse.

Com a chegada da segunda metade e com os alvi-negros em desvantagem, um resultado que em nada interessava aos pupilos de Manuel Machado, esperava-se uma entrada agressiva dos da casa, expetativas essas que não foram escamoteadas.

O Nacional entrou a todo o gás e durante os primeiros dez minutos da etapa complementar empurrou o Benfica para junto da sua área. No entanto, não haveria de conseguir importunar Oblak por única vez durante esse período, sendo mesmo a formação encarnada a dispor de uma soberana ocasião para ampliar o marcador, desperdiçada de cabeça por Lima à passagem do minuto 55.

Não marcou o Benfica e também não o conseguiu fazer a formação da casa volvidos dois minutos, já que a bomba desferida por João Aurélio, recém entrado em campo para substituir o lesionado Rondon, acabou superiormente defendida por Oblak, naquela que foi a primeira defesa de um guarda-redes na partida.

A toada do jogo tornaria a cair e lutou-se muito mais no meio campo, mas o adormecimento do Benfica iria permitir nova ocasião soberana para o Nacional, aquando de uma arrancada fulgurante de Candeias pelas costas de Siqueira que culminou com o cruzamento milimétrico para Lucas João, que num toque habilidoso de calcanhar fez a bola beijar o poste da baliza de Oblak, com o esloveno impotente para travar a marcha do esférico.

Com o tempo a correr a favor do Benfica, o Nacional tentou encontrar mais vezes a baliza encarnada, mas o coração já falava mais alto que a cabeça, e, com maior ou menor dificuldade, a defensiva encarnada lá foi resolvendo todas as situações que lhe iam aparecendo, segurando a todo o custo, e com sucesso, a preciosa vantagem adquirida ainda na primeira metade.