O Nacional da Madeira atirou para trás das costas uma série de 204 dias sem vitórias na Choupana. Um triunfo tangencial (e sofrido) perante um bom Estoril que regressa ao continente com o amargo de boca.

O alerta vermelho que pairou sobre a Madeira durante o fim de semana manteve-se, durante quase toda a primeira parte, junto à baliza nacionalista. Os homens da Linha criaram várias oportunidades de perigo, essencialmente pelo flanco esquerdo, com Licá a assumir protagonismo em várias ocasiões.

O avançado, que já representou a Académica de Coimbra, foi mesmo o primeiro a enquadrar um remate na baliza, logo aos oito minutos, mas Vladan mostrou atenção. O lance de Licá foi, aliás, o espelho do que se passou na choupana durante os primeiros minutos do jogo. O Estoril, à equipa grande, optou por pressionar à frente e, com isso, causou algum embaraço no último reduto madeirense.

As primeiras reações de perigo efectivo por parte dos insulares surgiram, como vem sendo hábito desde que Manuel Machado tomou conta da equipa, de lances de bola parada, com Moreno, primeiro, Claudemir, depois, e, finalmente, Mexer, a chamarem Vagner ao jogo.

A partir daqui o Nacional melhorou, substancialmente, a qualidade da posse de bola, mas, em abono da verdade, o melhor que conseguiu criar foi um lance de entendimento entre Keita e Rondon que morreu na defensiva estorilista.

Perante o maior adiantamento da equipa madeirense, os comandados de Marco Silva responderam com lances de ataque rápido e, até ao intervalo, Licá teve por três vezes o golo nos pés (33, 40 e 45 minutos), mas a pontaria do extremo de 24 anos nunca foi a desejada.

Mateus: o menino da «afficion»

Durante alguns momentos da primeira parte, os adeptos do Nacional chamaram por Mateus e Manuel Machado fez-lhes a vontade. Lançou o angolano no jogo ao intervalo. Onze minutos depois, Mateus «obrigava» Gonçalo a um autogolo, que colocou os madeirenses em vantagem no marcador, num lance às três tabelas.

Já antes, Mario Rondon, numa excelente oportunidade, havia tentado colocar os insulares em vantagem, mas sem sucesso. A partir do golo as bases do jogo alteraram-se e o Estoril, que gosta de jogar à bola, assumiu o jogo perante um bloco mais baixo dos alvinegros.

Foram vários os cruzamentos efectuados para a área insular, invariavelmente resolvidos pela defensiva nacionalista, com destaque para o trabalho dos centrais Mexer e Manuel da Costa, ambos com exibições exemplares.

A quantidade de oportunidades efetivas para os forasteiros reduziu substancialmente da primeira para a segunda metade, mas uma das melhores voltou a ter Licá como protagonista: após cruzamento da esquerda, o avançado não chegou a tempo para a emenda à boca da baliza e voltou a perder uma excelente oportunidade para facturar.

O último quarto de hora foi verdadeiramente sufocante por parte dos estorilistas que tiveram uma oportunidade de ouro para reestabelecer a igualdade: Evandro acertou no poste da baliza de Vladan. O terror dos últimos minutos ainda pairou sobre a Choupana, mas, desta vez, a equipa manteve a consistência defensiva e trancou a cadeado os primeiros três pontos da temporada conquistados perante o seu público.