Um Nacional igual a si próprio ajudou a agudizar a crise de resultados do Gil Vicente, que continua sem vencer desde o passado dia 3 de Novembro, estando assim em rota descendente na tabela classificativa, enquanto os alvi-negros fecham a primeira volta do campeonato no quinto posto, o último lugar que dá acesso às competições europeias e bem dentro dos seus objetivos.

Manuel Machado é apologista de que equipa que não sofre golos está mais perto de vencer e ante o Gil Vicente foi exatamente isso que aconteu. Fiel à sua tática, Machado fez a sua equipa entrar em campo com seis elementos de caráter defensivo, com João Aurélio a atuar na posição de médio box-to-box, fechando assim os caminhos para a sua baliza, mas nunca descurando o aspeto ofensivo.

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O Gil Vicente até haveria de entrar bem na partida e logo no primeiro minuto por pouco não chegou ao golo, já que Simi, servido por João Vilela, acabou por não ter arte nem engenho para levar as suas intenções a bom porto. Já os alvi-negros haveriam de introduzir a bola na baliza de Facchini na resposta, mas Rui Costa anularia as pretensões do luso-venezuelano, assinalando, e bem, um fora-de-jogo.

Começaria então o festival Candeias, que mediante constantes trocas de flanco com Mário Rondón ia deixando os laterais gilistas com os nervos em franja, e os alvi-negros foram acumulando situações de perigo real junto da baliza à guarda de Adriano.

E o cântaro tantas vezes vai à fonte que um dia lá deixa ficar a asa, pelo que não foi de estranhar que os pupilos de Machado se colocassem na frente do marcador à passagem do minuto 35, aquando da transformação de um livre em zona frontal, que Candeias desviou da barreira para o potente remate de Marçal, sem hipóteses para o guardião gilista.

O jogo continuaria na mesma toada até ao intervalo, com as defesas a se sobreporem quase sempre sobre os ataques, e, quando tal não acontecia, seria a pontaria extremamente desafinada dos avançados a colocar um ponto final nas pretensões de chegar ao golo.

Com a entrada na etapa complementar, o jogo animou. O Gil corria atrás do prejuízo e os nacionalistas esperavam manhosamente pelo lançar de mortíferos contra-ataques, deixando o isco bem à vista, de modo a que os pupilos de João de Deus lhe pegassem.

Ainda assim, a estrelinha da sorte acabou por estar do lado do conjunto insular, quando à passagem do minuto 50, Diogo Viana cruzou para um corte deficiente de Claudemir que proporcionou uma grande defesa a Gottardi, com Brito na recarga a acertar escandalosamente na trave da baliza da formação da casa.

O isco que o Nacional preparou para o Gil, deixando que este assumisse as despesas do jogo, viria a dar frutos aos 61 minutos, quando num contra-ataque Lucas João trabalhou bem sobre a defensiva contrária e entregou de bandeja para Diego Barcellos rematar colocado ao ângulo superior direito da baliza à guarda de Adriano, que viu impotente a sua equipa ficar a perder por duas bolas sem resposta.

Até final os alvi-negros optaram por gerir o esforço, deixando sempre um domínio consentido ao Gil Vicente, mas fechando todos os caminhos para a sua baliza, e, tal como é seu apanágio, explorando a velocidade dos seus jogadores do ataque para explorar as transições rápidas.

No entanto, o resultado acabaria por não sofrer mais alterações, deixando o Gil Vicente com dezassete golos sofridos nos últimos oito jogos disputados, e em branco nos últimos sete jogos, no que a marcar diz respeito, caindo para o nono posto da tabela classificativa.