Rafael Nadal venceu Frederico Gil na terceira ronda do Masters Series de Miami, mas engana-se quem pensar que o número um mundial subestimou o melhor português de sempre. O espanhol estava avisado do valor do adversário.
«Na conferência de imprensa antes do encontro, Nadal disse estar a par da evolução do Frederico e que a vitória sobre o Karlovic [27º do ranking] era um sério aviso», lembrou João Cunha e Silva, antigo tenista e treinador de Gil, em declarações ao Maisfutebol, nesta segunda-feira.
Apesar da derrota pelos parciais 7-5 e 6-3, «houve vários momentos em que Nadal ficou em sentido», como aconteceu no primeiro set, quando o português liderava por 5/4 e esteve perto de ganhar. «Não foi demérito do Frederico e sim mérito de Nadal, que soube tirar o melhor partido da situação. (¿) Respondeu da forma que se impunha a um número um», defendeu o técnico.
O «corajoso» Frederico Gil, como foi denominado no site oficial do torneio, não conseguiu bater Nadal, mas diz adeus aos Estados Unidos com outro estatuto. «Neste momento, tem o respeito de vários jogadores espanhóis», observou Cunha e Silva, que acredita em nova ascensão do português no ranking ATP: «Só na próxima segunda-feira será actualizada a classificação, nesta fase é difícil antecipar o que vai acontecer, mas, quase inevitavelmente, deve subir mais alguns lugares.»
Já o protagonista «ainda está a digerir um pouco o que aconteceu», contou o treinador, num misto de sentimentos contrários que se dividem entre «a satisfação de perceber que consegue jogar ao mais alto nível» e a crença de que «podia ter conseguido fazer melhor».
Frederico Gil não acusou a pressão de defrontar Rafael Nadal, mas a conjuntura de um court central cheio de fãs do espanhol, de um líder por adversário e de uma prova de tamanha dimensão, podem «inconscientemente» ter contribuído para a falta de concentração em determinadas fases, admitiu João Cunha e Silva, que, ainda assim, não tem dúvida que assistiu a uma partida «com muita personalidade e bem disputada».