Domingos Paciência falou esta manhã no Fórum do Treinador, em Guimarães sobre o seu trabalho como treinador e sobre o efeito das dificuldades financeiras no rendimento dos jogadores e dos clubes. Num painel que também contou com a presença de Paulo Alves ¿ que afirmou que «desafios e limitações são o nome do meio de qualquer treinador português» - Domingos partilhou uma experiência recente.

«Há jogadores com 5 meses de salários em atraso e temos que lhe pedir que vão lá para dentro e deem tudo. Não consigo motivar os jogadores se eles estiverem a pensar como vão pagar as contas da casa e o colégio dos filhos», afirmou o técnico, reportando-se à situação do Deportivo da Corunha.

«Quando existem problemas financeiros, o treinador tem de estar atento a cada um dos jogadores», explicou o treinador aos jornalistas no final do painel. «Os jogadores estavam sem receber desde setembro e isso condiciona muito um grupo de trabalho. Cada pessoa tem as suas responsabilidades, os seus compromissos e quando não os pode cumprir, isso é influencia o dia-a-dia».

O treinador garante que não está arrependido por ter ido para o Deportivo, apesar de ter saído pouco tempo depois. «Nunca me arrependo dos passos que dou. Mas claro que sabemos por vezes que o risco é muito grande de não correr como desejaríamos. Eu sabia o grau de dificuldade que havia e a posição em que o clube se encontrava. Fui com toda a ilusão tentar mudar a situação. Até entrei bem e começámos bem, mas depois não correu tão bem assim», contou.

«Fazer seis jogos e em quatro deles acabar com menos um jogador, e num deles acabar com menos dois, é um prova evidente de que também faltou algo mais. Se com 11 é difícil ganhar, imagine com dez e com nove».