O Benfica segue imparável na caminhada rumo ao título e voltou a repor, esta segunda-feira, a vantagem sobre o Sp. Braga em seis pontos. Depois de uma falsa partida, que permitiu à Naval chegar aos 10 minutos de jogo com dois golos de vantagem, a reacção encarnada foi fortíssima, bastando sete minutos para chegarem ao empatem, para, ainda antes do intervalo, darem por consumada a cambalhota no resultado. Há quase quatro meses (frente ao Olhanense) que o Benfica não sofria dois golos num jogo e a Naval foi a quarta equipa a conseguir esse feito.
Jorge Jesus prometeu mexer na equipa apenas em função de eventuais problemas físicos - com a excepção, óbvia, da troca de Júlio César por Quim - e, por isso mesmo, Luisão acabou mesmo por alinhar, depois de um teste decisivo no aquecimento. Assim sendo, a presença de Rúben Amorim no onze em detrimento de Ramires ou de Weldon em vez de Carlos Martins, para fazer companhia a Cardozo na frente, levando ao recuo de Aimar para o meio-campo, só podem ser entendidas como opção técnica.
Fosse como fosse, a equipa da Luz entrou muito mal na partida, desconcentrada e displicente, e a Naval, astuta a sair para o ataque em contra-ataque, aproveitou para se colocar em vantagem. Primeiro foi Fábio Júnior que explorou a hesitação de David Luiz e fez um golo de um ângulo proibido para Quim, pouco depois, numa jogada de novo com o brasileiro em destaque foi Bolívia quem finalizou perante o olhar incrédulo dos apaniguados encarnados que quase esgotaram a lotação do Municipal Bento Pessoa.
Weldon na viragem e poupanças para Liverpool
A reacção do Benfica não se fez esperar. Com Weldon a viver uma noite de inspiração - Jesus soube em por que o colocou de início -, o empate chegou num espaço de sete minutos, com o brasileiro a assinar os dois golos depois de a Naval ter sido completamente encostada às cordas. O ritmo abrandou um pouco mas os líderes do Campeonato mantiveram sempre a baliza de Peiser debaixo de mira, pelo que foi com grande naturalidade que a reviravolta foi consumada pelo pé esquerdo de Di Maria. Missão cumprida, ainda antes do intervalo.
O quarto golo, de Cardozo, permitiu ao técnico dos encarnados colocar em marcha finalmente o plano de poupanças para Liverpool. Weldon saiu esgotado e a coxear, dando lugar a Carlos Martins, seguindo-se Pablo Aimar, rendido por Ramires. Mais tarde, Fábio Coentrão foi descansar para entrar Sidnei. Numa postura essencialmente de gestão, o Benfica ainda ameaçou o quinto golo, numa bola à trave, num livre de Carlos Martins, para, pouco depois, Cardozo também ter ficado próximo de bisar na partida. Agora sim, a águia já pode virar atenções para Anfield Road.