A «promoção» de adjunto a técnico principal de Fernando Mira está confirmada e irá vigorar por um período de, pelo menos, 15 dias. Aprígio Santos, presidente da Naval, entregou o comando da equipa a um dos seus homens de confiança e acredita que não sairá defraudado pela escolha que fez. «Neste clube nada é definitivo. O Mira vai fazer esta semana de trabalho, para o jogo com o Paços, e, em princípio, também a próxima, para preparar a recepção ao Sporting. O ciclo que aí vem não é fácil. Mas ele tem a minha confiança, é da casa, e está comigo há 13 anos. Conhece o plantel e é uma pessoa capaz», revelou o dirigente.
A questão que se coloca é saber se Fernando Mira, no caso de ser bem sucedido nestas duas semanas, poderá manter-se à frente da equipa. Essa seria a sequência lógica, não fosse o enorme apreço que Aprígio tem pelo técnico. Estranho? Nem por isso. «Há grandes obstáculos que o impedem de ser treinador: está comigo há muito tempo e vou precisar sempre de ter um homem de segunda posição forte nesta equipa. No fundo, não o quero queimar. É um homem da terra, tem de ter a noção das responsabilidades que lhe estou a transmitir, porque, ao ser treinador, quando as coisas não correm bem, é como os outros. Ponto final, parágrafo. E é isso que me custa. Há que ter respeito pelas pessoas. É pena que fosse neste momento, numa altura de jogos difíceis. Tenho pena pelo Mira e pelo plantel. Mas estou tranquilo, a equipa está bem entregue.»
Por falar em respeito, esse é justamente um sentimento que, na óptica do presidente navalista, não foi observado tanto por Rogério Gonçalves como pelos dirigentes do Braga. «Não houve aperto de mão com as pessoas do Braga, nem com quem quer que fosse, porque ninguém se deslocou para o fazer. É algo que não entendo, porque há coisas que não devem ser feitas por telefone. Acho que o processo foi muito mal feito.»
Novo treinador, mas para os guarda-redes
Quanto ao treinador desejado para assumir a orientação do plantel após a «regência» de Fernando Mira, nenhuma pista. Nem sequer o perfil pretendido «Não vou falar disso, porque as coisas podem evoluir negativamente. Só posso dizer que recebemos dezenas de ofertas», defende-se, cauteloso, o presidente do emblema figueirense, até porque, por agora, a prioridade é outra: «A minha preocupação, nas próximas 48 horas, é encontrar um treinador de guarda-redes. A equipa técnica ficou reduzida e tenho de pensar nisso. Será sempre um homem com passado na Naval. Mesmo que o Mira não continue, há outras coisas a fazer.»
Imune a todo este processo, parece estar o plantel navalista, que contou com o presidente nos balneários, antes do treino desta manhã, para lhes comunicar a decisão tomada: «Estive uma hora à conversa com os jogadores. Falámos a sério e a rir algumas vezes. Este plantel foi bem escolhido e tem dado frutos. Podia ter dado mais, mas ainda vamos bem a tempo.»