A palavra vitória tem estado arredada ultimamente das bocas dos adeptos navalistas e olhanenses. Os primeiros terão mais razões de queixa, pois não vêem a equipa ganhar desde 22 de Agosto, quando, ainda sob o comando de Victor Zvunka, arrancou um triunfo suado (1-2) diante do Portimonense, no Algarve. Mas os comandados de Dauto Faquirá, depois de andarem pelos lugares de topo da tabela, também não sabem o que é ganhar desde 2 de Outubro, quando bateram o V. Setúbal (3-1).

A questão que se coloca, para este encontro, é saber se alguma das equipas conseguirá quebrar esse jejum ou se, no caso de um empate, irão protelar o regresso ao resultado mais desejado. Os algarvios, confortavelmente instalados num sétimo lugar, com 13 pontos, podem dar-se a esse luxo, já os da Figueira nem por isso. A lanterna-vermelha pesa-lhes no subconsciente e ter apenas quatro pontos neste momento, antes de uma deslocação à Luz, compeli-os a correr pelos triunfo sob pena de verem aumentado o fosso para os lugares da salvação.

O magro pecúlio da Naval deve-se, ainda assim, a Zvunka, uma vez que Rogério Gonçalves, já com três jogos no banco, somou outras tantas derrotas. A equipa vem, aliás, de quatro desaires consecutivos, contabilizando a eliminação da Taça de Portugal, aos pés do Marítimo, no último encontro em casa. O impacto da chicotada psicológica já se perdeu, resta esperar que as mudanças no trabalho introduzidas pelo treinador «fetiche» de Aprígio Santos comecem a surtir efeito.

Maldição em casa dura há quase oito meses

Por falar em casa, a Naval é a equipa que está há mais tempo sem vencer na condição de anfitriã. A última vez aconteceu a 12 de Março, quando bateu a U. Leiria por 1-0, graças a um golo de Diego Ângelo. Desde então, seguiram-se derrotas com o Benfica (2-4), o Desp. Chaves para a Taça de Portugal (1-2), Sp. Braga (0-4) e Académica (0-1) e um empate com o Nacional (0-0). Esta temporada, os navalistas já foram derrotados na Figueira por F.C Porto (0-1), Sporting (1-3), Paços de Ferreira (1-2), Marítimo (0-2, Taça de Portugal) e averbaram ainda um nulo com o V. Setúbal.

Numa rápida passagem pela lista de convocados de ambos os lados, constata-se que os da casa podem queixar-se das ausências de dois jogadores habitualmente titulares: Godemèche, lesionado, e Daniel Cruz, castigado. Mas o regresso de Orestes é uma boa nova e permite equilibrar as coisas. Já Dauto não pode contar nem com Maurício, também suspenso, nem com Nuno Piloto e Delson, ambos a contas com problemas físicos.

As duas equipas já se defrontaram por cinco vezes, duas na Liga de Honra, duas na Liga e uma na Taça da Liga. Os algarvios venceram em três ocasiões e empataram duas. Dito de outra forma, a Naval nunca ganhou ao Olhanense. Ora, visto por este prisma, não se trata, seguramente, do melhor adversário para ultrapassar esta fase negativa.

Uma última nota para Diogo Santos. O nome não lhe diz nada? É natural. Trata-se do árbitro que irá dirigir a partida, por sinal em dia de estreia na Liga principal. Vem de perto, de Aveiro, e tem 36 anos. Se, no final, sair do jogo tão incógnito como entrou, será bom sinal.

Equipas prováveis:

NAVAL: Salin; Carlitos, Gomis, Rogério Conceição e Camora; Orestes e Alex Hauw; Marinho, Hugo Machado e Bolívia; Fábio Júnior.

Outros convocados: Jorge Batista, Lupède, Godinho, Giuliano, Davide, João Pedro, Simplício e Previtali.

OLHANENSE: Moretto; João Gonçalves, Mexer, Jardel e Carlos Fernandes; Fernando Alexandre, Vinícius e Cadu; Jorge Gonçalves, Yontcha e Paulo Sérgio.

Outros convocados: Ricardo Batista, Anselmo, Ismaily, Rui Duarte, Lulinha, Adilson, Toy e Djalmir.