Estranha condição esta da Naval que não vence em casa desde o dia 12 de Março, quando bateu a U. Leiria por 1-0, graças a um golo de Diego Ângelo. Desde então, seguiram-se derrotas com o Benfica (2-4), o Desp. Chaves para a Taça de Portugal (1-2), Sp. Braga (0-4) e Académica (0-1) e um empate com o Nacional (0-0). Este ano, os navalistas já foram derrotados na Figueira por F.C Porto (0-1), Sporting (1-3) e averbaram ainda um nulo com o V. Setúbal.

Mais de seis meses e oito tentativas depois, os figueirenses, comandados agora interinamente pelo «eterno» Fernando Mira, têm todos os motivos para desejarem o almejado pontapé na crise. O efeito de mais uma «chicotada psicológica» de Aprígio Santos é um dos dados a conferir para este jogo, sendo certo que o adjunto pronto-socorro nunca conseguiu vencer no primeiro encontro em que pegou na equipa.

Aliás, os registos de Fernando Mira nem sequer contemplam triunfos em casa. Em 14 partidas, ganhou apenas duas, ambas no Restelo, em 2005/06, por 3-2, e em 2008/09, por 2-1. Mas a história tem dado razão ao presidente da Naval. Das últimas três vezes que o clube trocou de treinador na fase inicial da temporada, conseguiu uma subida de divisão e as duas melhores classificações na Liga, com Ulisses Morais e Augusto Inácio. O primeiro acabou despedido, na época passada, ainda mais cedo que Zvunka, para dar lugar ao segundo, a quem Aprígio não renovou o contrato, para ter, durante três meses, um técnico francês.

O Paços de Ferreira viaja até à Figueira sob os efeitos da primeira derrota na Liga, na última jornada, em Setúbal. Os castores são os reis dos empates (quatro), depois de terem encantado na primeira jornada, quando derrotaram o Sporting, na Mata Real. Estão, por isso, não muito longe do adversário deste domingo, em 10º lugar, com sete pontos, três de vantagem sobre os navalistas.

O jogo deste domingo será o sexto a contar para a Liga entre estas duas equipas na Figueira da Foz e o balanço é favorável aos anfitriões, vencedores por três ocasiões, a última das quais na passada temporada (1-0, golo de Diego Gaúcho), verificando-se ainda dois empates.

Mira rompe com o passado

O sucessor (para já) de Victor Zvunka à frente dos destinos técnicos da Naval deverá apostar numa ruptura com o passado recente. Jogadores pouco utilizados pelo técnico francês ou ultimamente afastados são esperados no onze, casos de Gomis, Orestes ou Hugo Machado. Fábio Júnior será titular pela primeira vez, em detrimento de Previtali, até agora um dos indiscutíveis na equipa inicial.

Já Rui Vitória apostará na continuidade, fazendo entrar Pizzi para o lugar do lesionado Caetano. Maikon também está de prevenção caso Jorginho não esteja totalmente recuperado. Nos convocados, destaque para os regressos do defesa Pedro Queirós e do avançado Nuno Santos.

EQUIPAS PROVÁVEIS:

NAVAL: Salin; Carlitos, Gomis, Rogério Conceição e Daniel Cruz; Orestes, Godemèche e Hugo Machado; João Pedro, Fábio Júnior e Bolívia.

Outros convocados: Jorge Batista, Godinho, Alex Hauw, Giuliano, Camora, Simplício e Previtali.

P.FERREIRA: Cássio; Baiano, Samuel, Cohen e Jorginho; André Leão, Leonel Olímpio e David Simão; Manuel José, Nélson Oliveira e Pizzi.

Outros convocados: Coelho, Bura, Pedro Queirós, Maikon, Bruno de Paula, Nuno Santos, Amond e Mário Rondon.