O avançado da Naval Michel Simplício sofreu de uma forma mais aguda a recente tragédia com o autocarro do Brasil de Pelotas, clube da série B brasileira, que perdeu três elementos (dois jogadores e um treinador de guarda-redes) num acidente do qual resultaram ainda 25 feridos.
O jogador do clube figueirense passou pelo Brasil de Pelotas antes de se transferir para Portugal no último Verão e conhecia, por conseguinte, a grande maioria dos envolvidos no desastre, mas há um dos nomes, entre as vítimas mortais, que lhe fez rolar algumas lágrimas pelo rosto: o ex-colega e amigo Cláudio Milar. «Como fazíamos dupla lá na frente, acabei por privar um pouco mais com ele. Fomos colegas de quarto em vários estágios. Foi uma grande tristeza. Mas acredito que Deus vai confortar o coração da família dele», conta o dianteiro da Naval.
No meio da fatalidade, difícil é encontrar alguém que com quem Simplício, devido à recente passagem pelo clube em causa, não tivesse feito amizade: «Também conhecia o treinador de guarda-redes [Giovani Guimarães] e praticamente todos os atletas do plantel, porque desde a minha saída houve poucas mudanças. Tenho muita pena pelo Régis, um grande central que se perdeu. Há também um ex-colega que tinha sido operado a um joelho e agora ficou sem um músculo da coxa.»
Michel Simplício diz que soube do sucedido logo após o treino da última sexta-feira, quando almoçava num restaurante, alertado por uma chamada do colega Dudu, que também passou pelo Brasil de Pelotas. «Nem queria acreditar. A seguir, ligou-me a minha mulher, que tinha visto a notícia na internet. E pensar que eu conhecia tão bem aquele autocarro, viajei nele tantas vezes! Fiquei bastante transtornado mas, com o tempo, tenho conseguido esquecer e seguir a minha vida para a frente», assegura.
Apesar dos inúmeros contactos que tem no antigo clube, o jogador da Naval preferiu não falar com ninguém «enquanto a poeira não assentar». «É um assunto muito doloroso e que está ainda fresco. Quando passar um tempo, eu ligo, para desejar boa sorte para a recuperação», promete.