Que importância poderá vir a ter Neymar para o Barcelona no seu ano de estreia na cidade condal?

Tata Martino, o técnico argentino do Barça, deixou ontem o desejo de que o Astro brasileiro possa ser jogador do Barcelona «por 10 ou 12 anos». Mas a verdade é que Neymar chega ao Barça numa fase em que o clube necessita de novas referências.

Terá sido o reforço do ideal de um Barça que, sem Guardiola, sem Tito Vilanova, e depois de uma eliminação humilhante frente ao Bayern nas meias-finais da Champions do ano passado, dava a noção de começar a estar em fim de ciclo?

Rui Malheiro, especialista em futebol internacional, não concorda com essa ideia: «Não creio que o Barcelona estivesse em fim de ciclo. Venceu o campeonato, que liderou do início ao fim, com 100 pontos e 15 de avanço sobre o segundo classificado, como também com 32 vitórias e 115 golos marcados em 38 jogos. Foi, sim, uma época extraordinariamente delicada, que não ficou apenas marcada pela saída de Guardiola e a promoção de Tito, como também por uma sequência de imbróglios que se agudizaram na fase decisória da Liga dos Campeões, com os problemas de saúde de Tito e Abidal, com as indefinições em relação ao futuro de Valdés e Puyol, com a lesão de Messi e o desgaste de uma temporada muito longa agravado pela ausência de um líder no banco».

Deste modo, a entrada poderá ser apenas mais una injecção de um Barça ainda e sempre ganhador: «A aquisição de Neymar faz com que aquilo que foi definido como fim de ciclo do Barcelona pareça aproximar-se do começo do seu ciclo demolidor. A vantagem é ter Messi ao centro, onde marca mais golos do que qualquer outro avançado, ganhando o extremo/avançado mais desequilibrador e melhor definidor desde que o argentino abandonou as alas. É a tal renovação estrutural dentro da estabilidade vitoriosa.»